Médico na telemedicina: tire as principais dúvidas sobre sua atuação
Você sabe qual é o papel do médico na telemedicina? Conhecer e saber aplicar estrategicamente esse recurso é uma das formas mais valiosas de otimizar e qualificar o atendimento médico.
Inclusive, com a recente regulamentação da prática no Brasil, tornou-se ainda mais fundamental que os profissionais de saúde saibam explorar o potencial que as tecnologias podem proporcionar.
Pensando nisso, preparamos esse texto para esclarecer as principais dúvidas sobre a atuação de médicos na telemedicina. Continue lendo e fique por dentro!
Atuação do médico na telemedicina
Primeiramente é preciso esclarecer o conceito de telemedicina. De acordo com a nova resolução legislativa, a prática pode ser definida como:
“O exercício da medicina mediado por Tecnologias Digitais, de Informação e de Comunicação (TDICs), para fins de assistência, educação, pesquisa, prevenção de doenças e lesões, gestão e promoção de saúde.”
Portanto, a atuação do médico na telemedicina pode acontecer com diferentes finalidades, como em uma segunda opinião médica, para consultas à distância, em níveis gerenciais, entre outras. Falaremos mais sobre essas possibilidades a seguir.
– Leia também: Atendimento na telemedicina: confira 6 dicas para otimizar a comunicação online
O que diz a legislação sobre a atuação de médicos na telemedicina?
Como já mencionado acima, recentemente o Conselho Federal de Medicina divulgou a Resolução nº 2.314/2022, que define e regulamenta a prática de telemedicina no Brasil.
A nova norma chega para ampliar as possibilidades de atuação do médico na telemedicina, além de modernizar a resolução anterior que estava em vigor desde 2002.
Entre os principais marcos da nova resolução está a permissão da realização do atendimento à distância na primeira consulta, desde que atendidas as condições previstas no documento e as boas práticas médicas. Antes, a prática era permitida apenas em casos de urgência.
Com a nova resolução, o médico passa a ter autonomia para decidir quando utilizar a telemedicina. Contudo, ao usufruir destes recursos, é imprescindível que o mesmo mantenha preceitos éticos e legais da prática médica, de forma a garantir a mesma segurança e qualidade na assistência oferecida aos pacientes.
Requisitos do uso da telemedicina para médicos
Ainda de acordo com a nova resolução, “o médico que utilizar a telemedicina, ciente de sua responsabilidade legal, deve avaliar se as informações recebidas são qualificadas, dentro de protocolos rígidos de segurança digital e suficientes para a finalidade proposta”
Confira abaixo alguns dos principais requisitos para a aplicação da telemedicina em seus serviços.
Ética profissional
Os profissionais da telemedicina seguem os mesmos padrões éticos que os médicos que atuam presencialmente, sempre realizando exames prévios antes de indicar um tratamento ou medicação.
Da mesma forma, a emissão de laudos a distância segue a normatização estabelecida pelas resoluções nacionais.O capítulo III do Código de Ética Médica – Res. (1931/2009) descreve de forma precisa todos os fatores da responsabilidade médica, que também são seguidos pelos prestadores de serviço da telemedicina.
Segurança e privacidade
Um dos princípios éticos fundamentais no atendimento médico é o respeito ao sigilo médico. Portanto, a legislação exige que:
“Os dados e imagens dos pacientes, constantes no registro do prontuário devem ser preservados, obedecendo as normas legais e do CFM pertinentes à guarda, ao manuseio, à integridade, à veracidade, à confidencialidade, à privacidade, à irrefutabilidade e à garantia do sigilo profissional das informações”.
Além disso, mesmo quando realizado à distância, o atendimento médico deve necessariamente ser registrado em prontuário médico físico ou online, atendendo aos padrões de segurança. Os dados de anamnese e propedêuticos, assim como os resultados dos exames e conduta médica adotada também devem ser devidamente registrados.
– Leia também: Sigilo médico na telemedicina: como lidar com as informações do paciente?
Concordância do paciente
Se o médico optar pela realização do atendimento via telemedicina, este deve requerer uma autorização legal do paciente ou de seu representante legal. Esse consentimento pode ser enviado por meio eletrônico ou ainda através da gravação da leitura do texto e concordância, devendo ainda fazer parte do prontuário do paciente.
Dados em laudos à distância
Os laudos realizados à distância devem conter identificação do médico, incluindo nome, número do registro no CRM e endereço profissional. Também devem estar registrados os dados do paciente, além de data, hora e assinatura do médico com certificação digital no padrão ICP-Brasil ou outro padrão legalmente aceito.
Além disso, é requerido ainda que todos os dados pessoais e clínicos utilizados via telemedicina sigam as definições da LGPD (saiba mais no nosso artigo “LGPD na saúde: o que é e quais os seus principais impactos“).
Modalidades da telemedicina
A nova Resolução de Telemedicina autorizou a aplicação da prática em sete diferentes modalidades. São elas:
1. Teleconsulta
Teleconsulta é quando a consulta médica é realizada à distância, mediada pelo uso de tecnologias. Como ressaltado acima, ela deve ocorrer de acordo com as boas práticas médicas aqui mencionadas.
2. Teleconsultoria
Essa modalidade ocorre quando há consultoria à distância entre médicos, gestores e demais profissionais da saúde. A finalidade aqui é a prestação de esclarecimentos a respeito de procedimentos administrativos e ações de saúde em geral.
3. Teleinterconsulta
A teleinterconsulta acontece quando há troca de informações entre médicos com intuito de auxiliar na conclusão de um diagnóstico. Isto é, faz-se uso das tecnologias para troca de experiências entre profissionais, seja da mesma especialidade ou de outra distinta, e com isso torna a assistência ainda mais qualificada.
4. Telediagnóstico
O telediagnóstico ocorre quando a tecnologia é utilizada em prol do diagnóstico médico. O mais comum aqui é o serviço de laudos à distância, que é realizado por empresas terceirizadas.
5. Telecirurgia
A telecirurgia ocorre quando um procedimento cirúrgico é realizado por um robô e manipulado por um médico à distância.
6. Televigilância ou telemonitoramento
Na Televigilância, ou telemonitoramento, são utilizados suportes tecnológicos para monitorar e acompanhar a evolução clínica dos pacientes. Isso pode ser feito através da avaliação clínica ou ainda por meio do envio de imagens, sinais e dados de equipamentos/dispositivos que ficam conectados aos pacientes.
7. Teletriagem
A teletriagem é a prática de triagem realizada à distância. Isto é, uma modalidade remota de avaliação e direcionamento no atendimento médico.
Neste caso, o primeiro contato entre médico e paciente é feito através de recursos tecnológicos, como a internet ou telefone.
A telemedicina é segura?
Quando bem implementada, a telemedicina pode ser tão segura quanto consultas presenciais. As plataformas geralmente utilizam criptografia de ponta a ponta e estão em conformidade com regulamentos de privacidade e segurança de dados como a LGPD no Brasil, por exemplo.
É possível realizar exames por telemedicina?
Dependendo do tipo de exame, sim. Exames de imagem, por exemplo, podem ser enviados digitalmente para avaliação médica (após captação presencial). Contudo, exames físicos e outros que necessitam da presença do médico ainda requerem uma consulta presencial.
Como funciona a prescrição eletrônica?
A principal diferença da prescrição eletrônica para o documento físico é o fato desta requerer uma assinatura digital. Logo, o médico deve contar com uma assinatura eletrônica, certificada pela Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil modelo A3, cartão ou token).
O processo de elaboração do documento é o mesmo. O profissional deverá preenchê-lo com os formulários médicos (receitas, laudos e atestados), assiná-lo digitalmente, e em seguida encaminhar a prescrição eletrônica para o paciente. Isso pode acontecer via e-mail, SMS, dentre outras opções.
É necessário algum equipamento especial para a telemedicina?
Em geral, não é necessário equipamento especializado. Um dispositivo com acesso à internet (computador, tablet ou smartphone) e uma câmera são suficientes para consultas básicas.
No entanto, algumas formas mais avançadas de telemedicina podem requerer equipamentos específicos, como estetoscópios eletrônicos ou dispositivos de medição de sinais vitais.
Leia também: Consultório online: o que é, benefícios e dicas para implementação
Os benefícios da telemedicina
Podemos afirmar que a telemedicina no Brasil foi um avanço que melhorou, e muito, a saúde da população nas últimas décadas.
Ao poder trocar informações entre médicos e pacientes de forma mais rápida, a capacidade de salvar e melhorar vidas chega cada vez mais no patamar capaz de garantir maior qualidade de vida para toda a população.
Os benefícios da prática em instituições de saúde são inúmeros, citamos alguns deles para você entender um pouco melhor:
- Interação entre os profissionais da saúde
- Qualificação no diagnóstico
- Agilidade na entrega de resultados de exames
- Aumento da produtividade
- Mais conforto para o paciente
- Redução de custos na gestão médica
Para garantir a segurança nessa atuação basta que os serviços de telemedicina sejam feitos corretamente, adequando-se às exigências das normas regulamentadoras.
Veja como a Mais Laudo pode te ajudar!
A emissão de laudos online é uma das práticas de telemedicina mais utilizadas por instituições de saúde atualmente.
Neste caso, os exames são realizados na clínica e enviados para uma empresa terceirizada, como a Mais Laudo, que fica responsável pela elaboração do laudo médico.
Além de melhorar o cotidiano da clínica ao proporcionar a otimização das atividades do médico, o consultório que contrata esse tipo de serviço assegura uma experiência de mais qualidade para o paciente.
Ao contratar os serviços da Mais Laudo, a equipe poderá oferecer atendimentos personalizados para os seus pacientes. Isso possibilita o aumento gradativo do reconhecimento da clínica no mercado.
Por isso, é muito importante aproveitar ao máximo os recursos e os benefícios que a telemedicina pode trazer para a sua unidade e especialmente para os seus pacientes.
Supervisor de Vendas e Marketing na Mais Laudo. Engenheiro Civil, pós-graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho, atualmente cursando pós-graduação em Gestão Comercial e Vendas. Com mais de 8 anos de experiência em Telemedicina, alia conhecimento técnico a uma visão estratégica para impulsionar resultados em saúde digital e inovação. LinkedIn: @leandroreismg