Telemedicina no SUS: 4 usos que estão transformando a saúde pública no Brasil

por Equipe Mais Laudo / Há 2 semanas
Profissional de saúde sorrindo com tablet nas mãos, representando o uso da telemedicina no SUS

A telemedicina no SUS tem ganhado cada vez mais relevância como uma solução eficaz para ampliar o acesso à saúde pública em todo o Brasil.

Essa modalidade permite que profissionais de saúde realizem consultas, diagnósticos, monitoramentos e orientações a distância, com segurança e agilidade.

Nos últimos anos, o SUS passou a incorporar a telemedicina em diversos programas e sistemas, beneficiando especialmente as populações de regiões remotas ou com menor oferta de profissionais.

Neste artigo, vamos te apresentar quatro usos fundamentais da telemedicina no SUS, incluindo ações permanentes e pontuais. Confira!

O que é telemedicina?

Antes de falarmos sobre o uso da telemedicina no SUS, precisamos reforçar o que é telemedicina.

A telemedicina é a prática médica realizada a distância, viabilizada por Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) como internet, videoconferências e plataformas digitais.

Ela permite que profissionais de saúde realizem atendimentos, diagnósticos, monitoramentos, orientações e estudos sem a necessidade de presença física, facilitando assim o acesso da população aos serviços médicos, especialmente em locais remotos ou de difícil acesso.

Atualmente, a Resolução CFM nº 2.314/2022 regulamenta o exercício da telemedicina no Brasil, autorizando sua prática como forma legítima de prestação de serviços médicos.

4 usos da telemedicina no SUS

A seguir, explicamos 4 usos da telemedicina no SUS. Confira!

1. Programa Telessaúde Brasil Redes

O Programa Telessaúde Brasil Redes foi criado com a finalidade de expandir e melhorar a rede de serviços de saúde, em especial da Atenção Primária à Saúde (APS), buscando assim melhorar sua interação com os demais níveis assistenciais.

Essa é uma ação nacional formada por núcleos estaduais, intermunicipais e regionais, que atua no sentido de implementar serviços de telessaúde específicos para a saúde do SUS.

O programa trabalha atualmente com cinco principais campos de atuação. São eles:

  • Teleconsultoria: Consultoria registrada e realizada entre trabalhadores, profissionais e gestores da saúde para esclarecer dúvidas sobre procedimentos clínicos, ações de saúde e questões relativas ao processo de trabalho;
  • Telediagnóstico: Realização de exames e laudos a distância, o que facilita o acesso a serviços especializados, até mesmo em regiões remotas;
  • Telemonitoramento: Acompanhamento remoto de parâmetros de saúde e/ou doença de pacientes por meio das TICs, incluindo coleta e transmissão de dados clínicos;
  • Telerregulação: Apoio remoto aos sistemas de regulação, com o objetivo de oferecer respostas mais adequadas às demandas assistenciais e reduzir as filas de espera por atendimento especializado;
  • Teleducação: Disponibilização de conteúdos educativos e objetos de aprendizagem interativos, voltados à capacitação contínua das equipes de saúde.

2. e-SUS APS

O e-SUS APS é a plataforma oficial do Ministério da Saúde para a gestão das ações realizadas na Atenção Primária à Saúde (APS).

Ele permite o registro padronizado das atividades das equipes de saúde da família e também apoia a execução de atendimentos remotos por meio de recursos de telessaúde.

A plataforma conta com o Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC), que viabiliza funcionalidades como:

  • Teleconsulta: atendimento remoto entre profissional de saúde e paciente, com registro clínico e seguimento contínuo;
  • Teleinterconsulta: consulta entre profissionais da APS e especialistas, para qualificar condutas e decisões clínicas;
  • Teletriagem: classificação remota de risco e urgência de casos, otimizando o fluxo de atendimento nas unidades de saúde;
  • Teleacolhimento: primeiro contato remoto entre o paciente e a equipe de saúde, com escuta qualificada e orientação inicial.

Essas práticas fortalecem a resolutividade da APS, ampliam o acesso em áreas de difícil cobertura e qualificam o cuidado sem necessidade de deslocamento do usuário.

O uso dessas funcionalidades está em conformidade com as diretrizes do SUS Digital e com a Portaria GM/MS nº 3.691/2024, que regulamenta os serviços de telessaúde no âmbito do SUS.

3. TelessaúdeRS-UFRGS

O TelessaúdeRS-UFRGS é um núcleo de telessaúde vinculado à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que atua desde 2007 em parceria com o Ministério da Saúde.

Sua missão é apoiar a qualificação da Atenção Primária à Saúde (APS) por meio de serviços de teleconsultoria, telediagnóstico, segunda opinião formativa e teleducação.

Entre os serviços oferecidos pelo TelessaúdeRS-UFRGS destacam-se:

  • RegulaSUS: apoio à regulação de acesso a consultas e exames especializados, otimizando as filas de espera.
  • NatJus: elaboração de notas técnicas para subsidiar decisões judiciais relacionadas à saúde;
  • TeleFarmas: avaliação de solicitações de medicamentos e fórmulas nutricionais especiais;
  • TeleFeridas: suporte especializado para o tratamento de feridas complexas.
  • DermatoNet: análise virtual de lesões de pele, auxiliando no diagnóstico dermatológico.

Essas iniciativas têm contribuído significativamente para a melhoria da qualidade do atendimento na APS na região, promovendo a educação permanente dos profissionais de saúde e ampliando o acesso a serviços especializados, especialmente em regiões remotas.

4. TeleSUS (já extinto)

O TeleSUS foi uma iniciativa criada pelo Ministério da Saúde para auxiliar no enfrentamento à pandemia de COVID-19.

O programa disponibilizou uma série de ferramentas de telemedicina que minimizaram a necessidade de atendimento presencial.

Listamos abaixo algumas das iniciativas propostas pelo TeleSUS na época da pandemia:

  • Aplicativo Coronavírus: Disponível para Android e iOS, fornecia informações de prevenção e um questionário de triagem para orientar sobre condutas;
  • Chat Online: Canal digital para análise de sintomas e encaminhamento remoto;
  • Disque Saúde 136: Canal telefônico de orientação à população;
  • WhatsApp: Canal emergencial criado para dúvidas sobre o coronavírus (hoje inativo);
  • Plataforma para teleconsultas: Desenvolvida pela Saps em parceria com o Hospital Albert Einstein via PROADI-SUS, permitia o acompanhamento remoto de pacientes com condições crônicas.

Essas ferramentas foram fundamentais durante a emergência sanitária, mas muitas delas foram descontinuadas ou incorporadas a iniciativas mais amplas.

– Leia também: Atestado na telemedicina: saiba como fazer a emissão no atendimento remoto

Conclusão: a telemedicina já é uma realidade transformadora no SUS

O crescente uso da telemedicina no SUS mostra que as tecnologias digitais podem transformar a maneira como o cuidado em saúde é prestado, tornando-o mais acessível, resolutivo e integrado.

Programas como o Telessaúde Brasil Redes e o e-SUS APS, além de iniciativas regionais como o TelessaúdeRS-UFRGS, vêm fortalecendo a Atenção Primária com atendimentos remotos, educação continuada e apoio à decisão clínica.

Mesmo ações temporárias como o TeleSUS, criadas durante a pandemia, contribuíram para consolidar esse modelo de atendimento, que hoje é parte essencial da estratégia nacional de saúde digital.

Com a expansão das políticas públicas e a regulamentação vigente, a tendência é que a telemedicina no SUS continue crescendo, levando cuidado de qualidade a todos os cantos do país.

– Leia também: Como funciona a telemedicina nos hospitais?

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