Slow medicine: entenda o conceito e saiba como aplicá-lo em sua clínica
O debate em torno do tipo de assistência prestada na área da saúde está mais em alta do que nunca. A preservação do contato humano, do foco no paciente e na medicina preventiva vem sendo pauta constante no setor. Por isso, o slow medicine está ganhando destaque.
Pensando nisso, elaboramos este artigo para explicar mais sobre o conceito. Continue a leitura e tenha acesso às seguintes informações:
- O que é slow medicine?
- Pilares do slow medicine
- Princípios do slow medicine
- Slow medicine e tecnologia
O que é slow medicine?
Em tradução livre, slow medicine significa “medicina sem pressa”. O conceito prega uma desaceleração no ritmo da assistência prestada na saúde, voltando o foco para uma forma humanizada de fazer medicina.
Geralmente, o ritmo da rotina em instituições de saúde é muito acelerado, com uma consulta seguida da outra, limitando o tempo para se dedicar mais a fundo às necessidades do paciente. A slow medicine chega para mudar esse comportamento, propondo uma maior aproximação entre médico e paciente, com consultas mais prolongadas, focadas no diálogo e atenção minuciosa.
Portanto, o conceito pode ser definido como uma filosofia de atendimento, sua implementação não requer ferramentas, nem tecnologias, mas sim de uma mudança de comportamento que direciona o foco para o paciente e em seus valores.
Entenda como o conceito de slow medicine surgiu
O conceito inspirou-se em um movimento conhecido como slow food, que surgiu na Itália em 1986.
Na época, um grupo de manifestantes protestava contra a inauguração de restaurantes do tipo fast food. A reivindicação era sobre a manutenção da cultura gastronômica do país, que sempre foi pautada no zelo e dedicação que vão desde a produção local dos alimentos até no preparo com alto cuidado.
Em 2002, o cardiologista italiano Alberto Dolara utilizou o termo slow medicine em um de seus artigos visionando a mesma reivindicação para o setor da saúde, ou seja, a importância do cuidado atento e minucioso.
Pilares da slow medicine
A primeira sociedade que tratou sobre o tema foi criada em 2011, também na Itália. O grupo produziu um manifesto onde foram elencados três princípios de conduta que servem para guiar o conceito. Veja quais são eles abaixo.
1. Sóbria
É o pilar que diz que a medicina está intrinsecamente ligada à capacidade de agir com moderação e que nem sempre fazer mais significa fazer melhor.
Além disso, a prática médica deve ser realizada de forma gradual, com utilização focada e sem desperdício dos recursos disponíveis. Também implica no respeito ao ambiente e proteção do ecossistema.
2. Respeitosa
Entende-se que a medicina deve reconhecer e acolher cada indivíduo em seus valores, preferências e desejos. Isto é, os profissionais de saúde devem atuar sempre com respeito e dedicação, respeitando as necessidades e vontades dos pacientes.
Além disso, deve-se prezar por um relacionamento honesto, dedicado e com máxima atenção em cada atendimento prestado.
3. Justa
Este pilar prega a importância da medicina combater a desigualdade e facilitar o acesso à assistência médica, promovendo cuidados justos e adequados para todas as pessoas.
Princípios do slow medicine
No Brasil, um grupo de médicos se juntou para a criação do portal Slow Medicine Brasil. Nele, são publicados textos e reflexões a respeito da abordagem do conceito em diferentes especialidades médicas.
O site traz dez princípios que norteiam a prática de slow medicine. Veja quais são:
1. Tempo
O tempo do atendimento médico deve ser dedicado a ouvir o paciente, entendê-lo e assim refletir sobre o melhor tratamento. É o entendimento de que a dedicação de tempo e atenção integral ao paciente é fundamental para melhores tomadas de decisões.
2. Individualização
É o cuidado justo e particular a cada paciente. É o fim da generalização e foco na individualidade dos indivíduos.
3. Autonomia e Autocuidado
Este princípio traz o foco para os valores, expectativas e preferências do paciente, incluindo também o seu ambiente de cuidados, sua família, amigos, entre outras fontes de suporte ou apoio.
4. Conceito positivo de saúde
O conceito de saúde dentro da filosofia slow medicine direciona o foco para o autocuidado e resiliência, com ênfase na saúde e não na doença. Portanto, a ideia é trazer mais destaque para a prevenção dessas doenças, além da manutenção da qualidade e da acessibilidade dos cuidados.
5. Prevenção
Semelhante ao princípio anterior, aqui são estimuladas boas práticas que propiciam uma melhor qualidade de vida. São elas: alimentação saudável, atividades físicas, saúde mental, entre outros aspectos que contribuem para manter o corpo e a mente são.
6. Qualidade de vida
O foco na medicina pautada no slow medicine é em qualidade, não em quantidade. Sempre que possível, deve-se considerar a arte médica de não intervir, o que pode ser descrito como a sabedoria da observação clínica.
7. Medicina Integrativa
Aqui o manifesto trata sobre o melhor dos dois mundos no tratamento médico: medicina tradicional sempre que indicada e medicina complementar se possível, preferencialmente baseada em evidências.
Deve-se colocar a segurança sempre em primeiro lugar, sabendo ainda que a eficácia nem sempre será possível em alguns tratamentos. As palavras de ordem são recuperação, equilíbrio e harmonia.
– Leia também: Medicina integrativa: o que é e qual a sua importância?
8. Segurança em primeiro lugar
É o princípio que ressalta que em primeiro lugar está o lema de não causar mal. Isto é, sempre que julgar necessário, o médico deve abster-se de intervir.
9. Paixão e compaixão
Ressalta que o médico deve realizar seus atendimentos com paixão pelo ato de cuidar, além de prezar sempre pela compaixão na atenção médica. Aqui destaca-se a busca incansável pela humanização na assistência em saúde.
10. Uso parcimonioso da tecnologia
O último princípio trata sobre o uso da tecnologia no atendimento médico. Esta deve ser utilizada como modo de auxiliar o profissional a tomar melhores decisões para os pacientes, buscando sempre melhorar a sua qualidade de vida com isso.
Slow medicine e tecnologia
Muitas pessoas acreditam que a slow medicine se opõe ao uso de tecnologia, porém, o que o conceito diz é que ela deve ser usada de forma racional e sempre almejando o melhor para o paciente.
Portanto, a slow medicine reconhece e incentiva o uso da tecnologia como modo de otimizar a prática médica e com isso trazer mais qualidade de vida para os pacientes.
Nesse sentido, a telemedicina tem sido uma grande aliada do conceito, uma vez que ela permite funcionalidades como atendimento à distância, troca de experiências entre profissionais, emissão de laudos à distância, entre outras. Tudo isso proporciona benefícios como agilidade no atendimento e mais comodidade para os pacientes.
– Leia também: Medicina baseada em evidências: entenda o que é e como aplicá-la
Veja como a Mais Laudo pode te ajudar!
A emissão de laudos online é uma das práticas de telemedicina mais utilizadas por instituições de saúde atualmente.
Neste caso, os exames são realizados na clínica e enviados para uma empresa terceirizada, como a Mais Laudo, que fica responsável pela elaboração do laudo médico.
Além de melhorar o cotidiano da clínica ao proporcionar a otimização das atividades do médico, o consultório que contrata esse tipo de serviço assegura uma experiência de mais qualidade para o paciente.
Ao contratar os serviços da Mais Laudo, a equipe poderá oferecer atendimentos personalizados para os seus pacientes. Isso possibilita o aumento gradativo do reconhecimento da clínica no mercado.
Por isso, é muito importante aproveitar ao máximo os recursos e os benefícios que a telemedicina pode trazer para a sua unidade e especialmente para os seus pacientes.
Supervisor de Vendas e Marketing na Mais Laudo. Engenheiro Civil, pós-graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho, atualmente cursando pós-graduação em Gestão Comercial e Vendas. Com mais de 8 anos de experiência em Telemedicina, alia conhecimento técnico a uma visão estratégica para impulsionar resultados em saúde digital e inovação. LinkedIn: @leandroreismg