IoT na medicina: o que é e exemplos de como a Internet das Coisas avança na área da saúde

O uso da IoT na medicina vem trazendo significativos avanços para o setor em todo o mundo. O resultado dessa aplicação são de diagnósticos mais precisos e melhoria da qualidade do tratamento médico.
Para que você entenda melhor como essa tecnologia funciona, preparamos este conteúdo completo. Continue a leitura e, até o final do artigo, confira:
- O que é Iot?
- O que é IoT na medicina?
- Quais são as vantagens da utilização da IoT na medicina?
- Exemplos de aplicação da IoT na medicina
- Principais desafios da tecnologia
- O futuro da IoT na medicina
O que é IoT?
IoT significa “Internet of Things” (em português, “Internet das Coisas”). Trata-se da integração de dispositivos físicos a uma rede de comunicação que permite a troca e coleta de informações.
Esses dispositivos interagem entre si para resolver problemas e gerar eficiência, muitas vezes sem a necessidade de intervenção humana direta.
O que é IoT na medicina?
Quando aplicada à medicina, a IoT envolve a conexão de dispositivos médicos e soluções digitais para monitorar, coletar e transmitir informações sobre o paciente.
Um exemplo comum são aplicativos móveis que se conectam a dispositivos como relógios inteligentes, capazes de registrar batimentos cardíacos, nível de oxigênio no sangue, qualidade do sono e outras métricas importantes. Esses dados podem ser enviados diretamente para o médico, auxiliando na detecção precoce e no acompanhamento de doenças.
Na IoT médica, as soluções conectam dispositivos para promover maior autonomia ao paciente e permitir um monitoramento contínuo e preciso do tratamento.
Hoje, esses dados podem ser processados em tempo real com o uso da inteligência artificial na medicina, permitindo análises preditivas, alertas automáticos para médicos e personalização de tratamentos de forma muito mais rápida e eficiente do que anos atrás.
– Leia também: Health Mobile: conheça a tecnologia e suas vantagens para instituições de saúde
Quais são as vantagens da utilização da IoT na medicina?
Segundo dados da MarketsandMarkets (2024), o mercado global de IoT na medicina/saúde deve ultrapassar US$ 289 bilhões até 2028.
Uma das principais vantagens da utilização da IoT na medicina é o monitoramento contínuo do paciente e, consequentemente, a possibilidade de oferecer um tratamento personalizado. Uma vez que há aumento de acesso à informações do quadro clínico do paciente, há também mais dados para chegar a um diagnóstico mais preciso.
Outra fator a ser analisado é que o acompanhamento destes dados em tempo real pode significar uma economia de tempo para os profissionais de saúde. Com a aplicação dessas tecnologias digitais, o pessoal da saúde tem tempo para atividades mais estratégicas e valorizadas, melhorando a eficiência e a qualidade do atendimento.
O compartilhamento de informações simplificado é outro benefício significativo da utilização de IoT na medicina. Exames de diagnóstico por imagem, como raio-x, por exemplo, são beneficiados, uma vez que podem ser utilizados aparelhos digitais capazes de gerar os dados do exame de forma digital e enviá-los automaticamente para plataformas em nuvem, possibilitando laudos à distância via telemedicina.
Exemplos de aplicação da IoT na medicina
Os estudos envolvendo a aplicação de IoT na saúde ganham cada vez mais relevância na área e os resultados já são bastante significativos. Muitos desses projetos ainda estão em desenvolvimento, porém, já é possível observar avanços claros.
Listamos alguns exemplos práticos de aplicação da IoT na medicina que provam essa evolução. Olha só
1. Marcapassos cardíacos
Os marcapassos cardíacos que utilizam tecnologia IoT são muito utilizados principalmente nos Estados Unidos, local onde possui estudos mais avançados sobre essa tecnologia.
O aparelho é implantado no paciente, e fornece informações a todo momento do sistema cardiovascular do mesmo. Ou seja, o monitoramento da condição do paciente é feito em tempo real, o que permite, diante de qualquer alteração ou risco à sua saúde, realizar uma intervenção muito mais rápida e precisa.
Hoje, esses dispositivos já podem ser integrados a aplicativos móveis que enviam relatórios diretamente para equipes médicas e familiares, melhorando a prevenção de emergências.
2. Monitoramento de pacientes com Parkinson
O IBM em parceria com a Pfizer estão trabalhando em parceria para o desenvolvimento do Projeto BlueSky. O dispositivo tem objetivo de melhorar a qualidade de vida de pacientes diagnosticados com Parkinson.
Para que isso seja possível o paciente deve usar algum tipo de aparelho que fornecerá dados em tempo real de todos os sintomas do impacto da doença no corpo. Com isso, o médico poderá realizar um tratamento muito mais assertivo, baseado nos sintomas específicos do paciente.
Atualmente é feito uma “avaliação episódica” de pacientes com Parkinson. Ou seja, este vai até a clínica onde é submetido a testes que vão avaliar o avanço da doença.
A problemática é que, muito provavelmente, o desempenho do paciente será muito diferente em comparação com o seu ambiente em casa e em sua rotina diária. Logo, com o uso do IoT na medicina estes pacientes serão beneficiados com um tratamento mais assertivo.
Recentemente, surgiram também sensores vestíveis de movimento que funcionam 24 horas por dia, analisando tremores e rigidez muscular, e enviando relatórios automáticos para neurologistas.
3. Dispositivo para diabéticos
Um monitor de glicose promete medir com precisão os níveis de açúcar de pacientes com diabetes. A empresa holandesa NovioSense desenvolveu um dispositivo para medir os níveis de açúcar no sangue através do fluido lacrimal.
O dispositivo consiste em uma bobina de metal flexível coberta com uma camada de hidrogel. Dentro do hidrogel, há uma enzima chamada glicose oxidase – a mesma usada em testes de sangue com açúcar. Na presença de glicose, essa enzima produz um sinal elétrico que é captado por um nanosensor na bobina de metal.
No design final do dispositivo, a empresa planeja adicionar ainda um microchip para transferir os dados sem fio para um smartphone.
Além desse exemplo, já existem sensores de glicose contínuos conectados a bombas de insulina inteligentes, que ajustam automaticamente a dosagem conforme a variação dos níveis de açúcar, reduzindo riscos de hipo ou hiperglicemia.
4. Sensores para monitoramento de pacientes em leitos hospitalares
Hospitais já utilizam camas inteligentes equipadas com sensores IoT capazes de monitorar a frequência cardíaca, respiração e até movimentos do paciente.
Esses dados são enviados automaticamente para a central de enfermagem, permitindo a detecção rápida de alterações no quadro clínico.
Além disso, a tecnologia ajuda na prevenção de quedas e no acompanhamento de pacientes acamados, evitando complicações como úlceras de pressão.
Em alguns modelos, o sistema também é integrado a prontuários eletrônicos, garantindo que todas as informações estejam atualizadas em tempo real para a equipe médica.
Principais desafios da tecnologia
O crescimento da IoT na medicina também traz a necessidade de proteger informações sensíveis dos pacientes.
Regulamentações como a LGPD no Brasil e a HIPAA nos EUA exigem que dados sejam criptografados e armazenados de forma segura, evitando vazamentos e acessos não autorizados.
Investir em cibersegurança se tornou tão essencial quanto investir no próprio dispositivo médico.
– Leia também: LGPD na saúde: o que é e quais os seus principais impactos
O futuro da IoT na medicina
Nos próximos anos, a combinação de IoT, 5G e inteligência artificial deve permitir monitoramento médico em tempo real com mínima latência, ampliando consideravelmente a capacidade de resposta a emergências.
Essa integração tornará viáveis cirurgias remotas mais seguras, com médicos operando à distância por meio de robôs cirúrgicos conectados; hospitais totalmente conectados, onde equipamentos, prontuários e sistemas de gestão se comunicam automaticamente; e dispositivos vestíveis capazes de detectar alterações mínimas no organismo antes mesmo de surgirem sintomas.
Além disso, o uso de sensores inteligentes no ambiente doméstico permitirá que pacientes com doenças crônicas sejam acompanhados 24 horas por dia, recebendo alertas e orientações instantâneas. Essa evolução promete transformar a medicina preventiva e personalizada, colocando a tecnologia como aliada constante na promoção da saúde.
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