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Higiene ocupacional: o que é, tipos de riscos e etapas dessa avaliação

por Mais Laudo / Há 8 meses
Higiene ocupacional: o que é, tipos de riscos e etapas dessa avaliação

Higiene ocupacional é um conceito importante para a segurança laboral, uma vez que diz respeito à aplicação de ações para prevenir e/ou minimizar os riscos de acidentes e doenças no ambiente de trabalho. Por isso, é fundamental que gestores conheçam e saibam como aplicá-lo em suas rotinas. 

Neste artigo, esclarecemos os principais pontos que você precisa saber sobre o assunto. Continue a leitura e confira:

  • O que é higiene ocupacional?
  • Qual a importância da higiene ocupacional?
  • Tipos de riscos da higiene ocupacional
  • Etapas da higiene ocupacional
  • Soluções de telemedicina na saúde ocupacional

O que é higiene ocupacional?

Higiene ocupacional é um conjunto de ações que visam a prevenção de doenças ocupacionais e a proteção da saúde dos trabalhadores no ambiente de trabalho. Ela se concentra na antecipação, reconhecimento, avaliação e controle de riscos à saúde que podem surgir no ambiente de trabalho ou em relação ao tipo de trabalho realizado.

A higiene ocupacional utiliza abordagens científicas e técnicas para avaliar o grau de exposição dos trabalhadores a esses riscos e desenvolver estratégias para mitigá-los. Isso pode incluir a implementação de controles de engenharia (como ventilação adequada), controles administrativos (como rodízio de trabalhadores) e o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).

O objetivo final da higiene ocupacional é criar um ambiente de trabalho seguro e saudável, reduzindo os riscos de acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e promovendo o bem-estar geral dos trabalhadores.

Qual a importância da higiene ocupacional?

A higiene ocupacional é fundamental para a proteção da saúde e bem-estar dos trabalhadores, além de contribuir significativamente para a eficiência e produtividade das organizações. 

Abaixo listamos seus principais benefícios:

  • Ajuda a prevenir uma ampla gama de doenças ocupacionais e lesões;
  • Promoção de ambientes de trabalho mais saudáveis, o que pode resultar em menos dias de trabalho perdidos devido a doenças, melhor moral dos funcionários e uma força de trabalho mais saudável e feliz;
  • Ajuda as organizações a cumprirem esses requisitos legais, evitando penalidades, multas e ações judiciais;
  • Pode levar a uma redução significativa nos custos associados a compensações de trabalhadores, tratamentos médicos, perda de produtividade e danos à reputação da empresa;
  • Ambientes de trabalho seguros e saudáveis melhoram a satisfação e o engajamento dos funcionários, o que pode levar a aumentos na produtividade e qualidade do trabalho.

Tipos de riscos da higiene ocupacional

Na higiene ocupacional, os riscos no ambiente de trabalho são classificados em várias categorias principais, cada uma relacionada a diferentes tipos de perigos que podem afetar a saúde e a segurança dos trabalhadores. Confira quais são elas:

1. Riscos Químicos

Envolvem a exposição a substâncias químicas no ambiente de trabalho, que podem ser encontradas em formas sólidas, líquidas ou gasosas. 

Exemplos incluem solventes, poeiras, fumos, gases e vapores. 

A exposição pode ocorrer através da inalação, ingestão ou contato com a pele e os olhos, podendo causar uma variedade de problemas de saúde, desde irritações leves até doenças graves como câncer.


2. Riscos Físicos

Referem-se à exposição a fatores físicos que podem causar danos à saúde, sem necessariamente envolver contato com substâncias químicas. 

Exemplos comuns incluem ruído, vibrações, radiações (inclusive ultravioleta, infravermelho e radiação ionizante), temperaturas extremas (calor ou frio) e pressão atmosférica anormal.

3. Riscos Biológicos

São causados pela exposição a agentes biológicos, como vírus, bactérias, fungos, parasitas e outros micro-organismos, que podem ser encontrados no ambiente de trabalho. 

Trabalhadores da saúde, laboratórios, saneamento e aqueles que entram em contato com plantas ou animais estão particularmente em risco. As doenças infecciosas, reações alérgicas e outras condições de saúde podem resultar dessa exposição.

4. Riscos Ergonômicos

Relacionam-se com a ergonomia do ambiente de trabalho, incluindo o design do local de trabalho, postura, movimentos repetitivos e esforço físico. 

A má ergonomia pode levar a lesões musculoesqueléticas, como distensões, lombalgias e tendinites.

– Leia também: Ergonomia no trabalho: principais riscos e ações preventivas para médicos

Etapas da higiene ocupacional

A NR-9, que trata do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), é uma das normas regulamentadoras mais diretamente relacionadas à higiene ocupacional no Brasil. É ela que estabelece diretrizes e obrigações para as empresas na identificação, avaliação e controle dos riscos ambientais dentro do ambiente de trabalho, visando à proteção da saúde e da integridade física dos trabalhadores. 

As etapas principais incluem:

1. Antecipação de riscos

A antecipação envolve a previsão de riscos potenciais associados a novos processos, materiais, equipamentos ou ambientes de trabalho antes de sua introdução. 

Por exemplo, antes de introduzir um novo produto químico em um processo de fabricação, uma avaliação prévia pode identificar potenciais riscos à saúde, como toxicidade ou perigos de explosão, permitindo a busca por alternativas mais seguras ou a preparação de medidas de controle adequadas.

2. Reconhecimento de riscos

Esta etapa envolve a identificação sistemática de riscos existentes no ambiente de trabalho, de modo a identificar os agentes físicos, químicos e biológicos presentes.

Por exemplo, um higienista ocupacional pode realizar uma inspeção em uma fábrica e identificar riscos como exposição a níveis elevados de ruído em áreas específicas, a presença de vapores químicos nocivos ou a prática de levantamento manual de cargas pesadas por trabalhadores.

– Leia também: Mapa de Risco Hospitalar: guia completo para elaboração

3. Avaliação de riscos

Após identificar os riscos, a próxima etapa é avaliá-los quantitativa ou qualitativamente. Isso pode envolver medições de concentração de substâncias químicas no ar, níveis de ruído, intensidade de radiações, entre outros. 

A avaliação deve considerar os limites de exposição recomendados por legislações e normas técnicas, fornecendo uma base para a tomada de decisões sobre as medidas de controle necessárias.

4. Controle de riscos

Uma vez avaliados os riscos, devem ser implementadas medidas para controlá-los ou eliminá-los. Essas medidas seguem uma hierarquia de controle que prioriza, nesta ordem: eliminação, substituição, controles de engenharia (como ventilação e isolamento), controles administrativos (como alteração de processos de trabalho e treinamento) e, por último, o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI).

– Leia também: 9 EPIs hospitalares fundamentais para a segurança da sua equipe médica

5. Monitoramento

A NR-9 também estabelece a necessidade de um monitoramento contínuo dos riscos ambientais para assegurar a eficácia das medidas de controle implementadas. Isso pode incluir a realização periódica de novas avaliações dos riscos e a reavaliação das medidas de controle.

6. Documentação 

A elaboração e manutenção de um documento-base, conforme exigido pela NR-9, é essencial para registrar todas as etapas do PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais), incluindo os riscos identificados, avaliações realizadas, medidas de controle adotadas e resultados do monitoramento. 

Além disso, esse documento deve ser revisado anualmente ou sempre que necessário, para refletir mudanças nos processos de trabalho ou novos riscos identificados.

Leia também: Conheça as normas regulamentadoras da saúde ocupacional

Soluções de telemedicina na saúde ocupacional

A telemedicina oferece soluções práticas para o gerenciamento da saúde e segurança dos trabalhadores à distância. São alguns exemplos:

  • Consultas Remotas: Realização de exames e consultas médicas ocupacionais por videoconferência, conhecida como teleconsulta, facilitando o acesso dos trabalhadores à avaliação médica sem a necessidade de deslocamentos;
  • Monitoramento Remoto: Uso de dispositivos para monitorar a saúde dos trabalhadores à distância, especialmente útil para aqueles com condições crônicas ou expostos a riscos específicos no trabalho;
  • Promoção da Saúde: Implementação de programas de bem-estar e treinamentos de saúde e segurança no trabalho por meio de plataformas digitais, visando a educação e a prevenção de doenças.
  • Laudos médicos online: A emissão de laudos online à distância, conhecido como telelaudo, agiliza a gestão de exames em clínicas ocupacionais, proporcionando mais agilidade e produtividade. 

Seus benefícios incluem

  • Acesso ampliado: Possibilita o acesso a serviços de saúde ocupacional para trabalhadores em locais remotos ou empresas com múltiplas unidades.
  • Redução de custos: Minimiza deslocamentos, reduzindo custos e tempo perdido, além de contribuir para a diminuição de ausências no trabalho.
  • Intervenção precoce: Permite a detecção e o tratamento precoces de condições de saúde relacionadas ao trabalho.

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