Exame eletroencefalograma (EEG): o que é, para que serve, como é feito e preparação

O cérebro é conhecido como a “máquina” mais complexa do corpo humano. Graças ao seu correto funcionamento, é possível perceber as sensações, realizar reações motoras e desenvolver diversas outras atividades psíquicas de grande complexidade. Para avaliar a atividade cerebral, os médicos contam com um exame conhecido como eletroencefalograma, ou EEG.
Como em qualquer outra parte do corpo, é preciso atenção aos sinais de que algo está errado. E é por meio desse exame simples que se pode descobrir diversos problemas neurológicos, alterações do sistema nervoso central, distúrbios e doenças cerebrais.
Continue lendo e entenda mais sobre o exame EEG em nosso guia completo. Até o final, você vai conferir:
- O que é o eletroencefalograma?
- Para que serve o eletroencefalograma?
- Por que fazer um EEG é importante?
- Tipos de eletroencefalograma
- Como funciona o aparelho de EEG?
- Como é feito o eletroencefalograma?
- Qual a preparação necessária para o exame?
- Quais os cuidados pós exame EEG?
- Eletroencefalograma e telemedicina
O que é o eletroencefalograma?
O eletroencefalograma (EEG) é um exame que registra a atividade elétrica natural do cérebro.
Ele foi desenvolvido a partir da descoberta feita pelo alemão Hans Berger, em 1929, de que o cérebro produz impulsos elétricos. A técnica se popularizou especialmente com o avanço da informática, que permitiu melhor amplificação e registro dessas ondas cerebrais, de forma semelhante ao eletrocardiograma.
Trata-se de um procedimento antigo, mas ainda amplamente utilizado, que é rápido, indolor e não invasivo. Pode ser realizado em pessoas de todas as idades, desde recém-nascidos até idosos, inclusive gestantes, sem qualquer contraindicação.
Para que serve o eletroencefalograma?
O eletrocardiograma é utilizado para avaliar a atividade dos impulsos elétricos do cérebro, verificando se estão dentro de padrões de intensidade e regularidade considerados normais.
É um exame fundamental para identificar alterações na atividade cerebral, sendo essencial no diagnóstico e acompanhamento de diversas doenças e condições neurológicas.
Além disso, o exame pode ser solicitado como apoio na investigação de sintomas como desmaios, convulsões, perda de consciência ou alterações comportamentais inexplicadas.
Por que fazer um EEG é importante?
O eletroencefalograma é solicitado normalmente por neurologistas quando há suspeita de distúrbios na atividade elétrica cerebral. Como dissemos anteriormente, por meio dele, diversas doenças e condições neurológicas podem ser diagnosticadas ou monitoradas, sejam elas degenerativas ou causadas por infecções.
Quais doenças o eletroencefalograma detecta?
O eletroencefalograma é especialmente útil na investigação de distúrbios neurológicos relacionados à atividade elétrica cerebral. Entre as principais condições que o exame pode ajudar a diagnosticar, monitorar ou confirmar, estão:
- Epilepsia e crises convulsivas: é o principal exame utilizado para detectar padrões anormais de descarga elétrica cerebral típicos da epilepsia;
- Distúrbios do sono, como insônia crônica, apneia do sono, sonambulismo e narcolepsia;
- Encefalopatias: alterações funcionais no cérebro causadas por infecções, intoxicações, traumas ou distúrbios metabólicos;
- Doenças degenerativas, como Alzheimer, quando há necessidade de análise complementar à avaliação clínica;
- Tumores cerebrais, especialmente quando causam alterações na atividade elétrica;
- Acidentes vasculares cerebrais (AVCs): pode indicar áreas com funcionamento cerebral comprometido;
- Morte encefálica: o EEG é uma das ferramentas utilizadas para confirmar a ausência de atividade cerebral;
- Estados de coma: contribui para avaliar o grau de comprometimento neurológico.
Em casos de confirmação de doenças ou suspeitas mais específicas, exames complementares como tomografia, ressonância magnética ou punção lombar podem ser solicitados pelo médico para uma investigação mais completa.
– Leia também: Ressonância magnética do crânio: como é realizado o exame e quando indicar
Tipos de eletroencefalograma
Existem três tipos de EEG, que são diferenciados em razão da complexidade e do objetivo do exame.
1. Eletroencefalograma clínico
Trata-se do exame convencional, realizado com o objetivo de investigar sintomas como ataques epiléticos, convulsões e outros problemas relativos ao sistema nervoso central.
2. Eletroencefalograma ocupacional
É assim denominado quando o exame tem fins relativos à saúde do trabalho. É indicado para colaboradores que atuam em funções de risco, como motoristas, trabalhadores em altura e pilotos de avião, por exemplo.
– Saiba mais em: Qual a diferença entre eletroencefalograma ocupacional e clínico?
3. Eletroencefalograma com mapeamento cerebral
O EEG com mapeamento cerebral, também chamado de quantitativo, é uma versão aprimorada do exame tradicional, que inclui o processamento computadorizado dos sinais elétricos emitidos.
Ele possibilita ter uma visão detalhada da atividade cerebral, a partir de um mapa no qual as ondas com amplitudes diferentes são marcadas com diversas cores.

Como funciona o aparelho de EEG?
O aparelho de eletroencefalograma (EEG) é utilizado para registrar a atividade elétrica cerebral por meio de eletrodos posicionados no couro cabeludo. Esses sinais são amplificados e exibidos em gráficos que ajudam a identificar possíveis alterações neurológicas.
Existem dois tipos principais de equipamentos:
- Analógicos: registram os sinais em papel, usados com menos frequência hoje.
- Digitais: mais modernos, permitem visualização em tempo real, armazenamento e laudos integrados.
Como é feito o eletroencefalograma?
Com o auxílio de uma pasta, eletrodos são fixados em toda a extensão da cabeça, incluindo a região da testa. São, no total, 23 unidades, colocadas em posições definidas pela normatização internacional, obedecendo o espaçamento correto entre elas. Após a fixação, o exame dura aproximadamente 20 minutos.
Enquanto o eletroencefalograma é feito, o paciente intercala entre a sonolência e a vigilância, para que as variações na atividade cerebral sejam captadas. Em pessoas com dificuldade para dormir, pode ser indicada uma leve sedação para que o resultado final do exame seja satisfatório.
Podem ser realizadas, também, algumas provas de ativação, tais como a hiperpneia e a fotoestimulação. Na primeira, é solicitado ao paciente que faça respirações rápidas e forçadas por 3 a 4 minutos. Na segunda, ele é colocado de frente para uma lâmpada que emite flashs com frequências variadas (de 0,5 a 30 Hz). Essa prova pode ser feita com o uso de um estroboscópio, por exemplo.
– Leia também: Eletroencefalograma com sedação: como funciona e indicação
Qual a preparação necessária para o exame?
Assim como o exame, a preparação para o EEG é simples. Antes de ir para o local de realização, é preciso lavar os cabelos apenas com shampoo e secá-los. O paciente deve estar bem alimentado e, de preferência, dormir pouco na noite anterior, já que a sonolência é um fator importante para a sua realização.
Principalmente quando o objetivo do teste é o diagnóstico de questões do sono, como apneia, é interessante não dormir na noite anterior, garantindo um sono mais pesado durante o exame.
No caso de crianças ou outros pacientes com dificuldade para dormir, pode ser feita uma sedação leve. Quanto aos bebês, uma estratégia é amamentá-los durante a colocação dos eletrodos, induzindo-os ao sono.
O consumo de bebidas com cafeína deve ser suspenso nas 12 horas que antecedem o procedimento e, quando orientado pelo médico, deve-se evitar medicamentos que alterem o funcionamento do cérebro, como antidepressivos, sedativos e antiepiléticos.
Além disso, é importante informar ao médico ou profissional que estiver conduzindo o exame caso tenha ocorrido ingestão de alguma medicação, prática de esforço físico intenso ou jejum ou existência de alguma infecção no couro cabeludo, como seborreia e pediculose, pois essas infecções podem dificultar a fixação dos eletrodos.
Quais os cuidados pós exame EEG?
O eletroencefalograma é um método seguro e sem contraindicações para a realização. Não há nenhum desconforto e a pasta aplicada para o exame é facilmente retirada com o auxílio de água e sabão. Após o término, o paciente já pode ir para casa; o repouso é recomendado apenas quando é utilizada sedação.
Em geral, o exame não provoca efeitos colaterais e não oferece quaisquer riscos. De toda forma, é recomendado que seja feito com acompanhamento médico, em ambiente que possua estrutura adequada para qualquer eventualidade. No caso de pacientes que sofrem de epilepsia, raramente podem ocorrer complicações, especialmente quando é aplicada a fotoestimulação.
FAQ: principais dúvidas sobre o exame de eletroencefalograma
Separamos aqui as principais dúvidas sobre o EEG. Confira:
O eletroencefalograma é um exame que registra a atividade elétrica natural do cérebro. É um procedimento rápido, indolor e não invasivo, indicado para pessoas de todas as idades.
O EEG serve para avaliar se os impulsos elétricos cerebrais estão dentro de padrões normais, auxiliando no diagnóstico de doenças neurológicas, como epilepsia, distúrbios do sono e encefalopatias.
Entre as principais estão: epilepsia, distúrbios do sono, encefalopatias, Alzheimer, tumores cerebrais, AVCs, estados de coma e confirmação de morte encefálica.
Eletrodos são fixados na cabeça com uma pasta condutora. O paciente pode ficar acordado ou sedado. Podem ser realizados estímulos, como respiração acelerada e luzes intermitentes.
O exame em si dura aproximadamente 20 minutos, mas o tempo total pode ser maior dependendo da preparação e observações adicionais solicitadas pelo médico.
O exame é realizado por um técnico em neurofisiologia ou técnico em EEG, e os resultados são interpretados por um médico neurologista.
O paciente deve lavar o cabelo, evitar cafeína e, se possível, dormir pouco na noite anterior. Deve-se informar o uso de medicamentos e a presença de infecções no couro cabeludo.
Sim, pode secar o cabelo com secador, desde que ele esteja limpo, seco e sem produtos como cremes, óleos ou gel, que dificultam a fixação dos eletrodos.
O valor do EEG pode variar conforme a clínica, região e tipo do exame. Em média, os preços variam entre R$ 150 a R$ 500.
O EEG pode ser realizado em clínicas de diagnóstico por imagem, hospitais, consultórios neurológicos e laboratórios especializados com estrutura para exames neurológicos.
Eletroencefalograma e telemedicina
Como vimos, o EEG é um exame simples e indolor indicado, em geral, para pesquisa e identificação de alterações do sistema nervoso central. Seus resultados norteiam o tratamento de pacientes com doenças neurológicas, podendo, inclusive, melhorar a qualidade de vida dessas pessoas por meio do monitoramento das reações.
O diagnóstico médico precoce é um excelente aliado para um tratamento eficaz. Por isso, se consultar com regularidade e retornar com os resultados dos exames é a melhor forma de cuidar da saúde. Hoje, graças a avanços tecnológicos – como a telemedicina, a telemedicina neurológica e o telelaudo – o eletroencefalograma vem se tornando cada vez mais eficiente, possibilitando sua oferta a mais pacientes com maior qualidade e agilidade.
– Leia também: Laudo de eletroencefalograma a distância: como funciona e principais benefícios

