Batimentos cardíacos normais: quais são e exames relacionados

Saber quais são os batimentos cardíacos normais é fundamental para orientar os pacientes sobre possíveis riscos envolvidos ao detectar irregularidades. Afinal, a frequência cardíaca é um indicador importante do bem-estar cardiovascular.
Neste artigo, vamos explorar tudo sobre esse tema. Continua a leitura para conferir os seguintes tópicos:
- Entendendo o que são os batimentos cardíacos
- Quais são os batimentos cardíacos normais?
- Frequência cardíaca alta: o que é e possíveis causas
- Frequência cardíaca baixa: o que é e possíveis causas
- A telemedicina cardiológica na identificação de problemas cardiovasculares
- FAQ: dúvidas frequentes sobre batimentos cardíacos normais
- Batimentos cardíacos: porque acompanhar faz diferença
Entendendo o que são os batimentos cardíacos
Os batimentos cardíacos correspondem às contrações rítmicas do coração, que bombeia o sangue para todo o corpo. Cada batida é resultado da ação coordenada das câmaras cardíacas (átrios e ventrículos), garantindo que oxigênio e nutrientes cheguem aos tecidos e órgãos.
A frequência desses batimentos é medida em batimentos por minuto (bpm) e funciona como um importante indicador de saúde cardiovascular. Valores persistentemente acima ou abaixo do esperado podem indicar alterações que merecem investigação médica.
– Leia também: Ritmo sinusal no ECG: o que é, como interpretar e quais condutas tomar
Quais são os batimentos cardíacos normais?
Os batimentos cardíacos normais podem variar conforme as fases da vida.
Aspectos como idade, gênero, nível de atividade física, estado emocional e até mesmo o horário do dia influenciam diretamente essa medida.
Em repouso, por exemplo, é comum que a frequência seja mais baixa, enquanto em situações de esforço físico ou estresse ela aumente para atender às necessidades do organismo.
A seguir, você confere as faixas de batimentos cardíacos normais por idade em adultos em repouso, além dos valores recomendados em atividades físicas.
Tabela de batimentos cardíacos normais por idade em adultos em repouso

Para homens em repouso, frequências entre 56 e 61 bpm são consideradas excelentes, enquanto de 62 a 66 bpm são classificadas como ótimas. Entre 66 e 71 bpm, a condição é avaliada como boa, e de 70 a 75 bpm é considerada normal. Valores entre 74 e 83 bpm já são menos favoráveis, indicando possível necessidade de atenção médica caso sejam frequentes.

No caos das mulheres em repouso, em geral, uma frequência entre 60 e 65 bpm é classificada como excelente, enquanto valores de 65 a 69 bpm ainda são vistos como ótimos. Faixas entre 69 e 73 bpm indicam uma condição boa, e de 73 a 78 bpm são consideradas normais. Já quando os batimentos ficam entre 77 e 84 bpm, a condição é menos favorável, e acima de 84–85 bpm pode ser um sinal de alerta para investigar a saúde cardiovascular.
Batimentos cardíacos normais durante atividades físicas
Durante exercícios, a frequência cardíaca máxima é um guia importante para evitar sobrecarga cardíaca. Nesse caso, a frequência pode ser calculada a partir da fórmula: 220 menos a sua idade.
Por exemplo, uma pessoa de 30 anos terá uma frequência cardíaca máxima de 190 bpm. Durante treinos, a intensidade deve estar entre 50% e 85% desse valor, dependendo do objetivo.
Vale ressaltar ainda que esse número pode vir dependendo do condicionamento físico de cada um, mesmo sendo pessoas da mesma idade.
– Leia também: Tabela de pressão arterial: normal, por idade, na gravidez e infantil
Como medir a frequência cardíaca?
Medir os batimentos cardíacos é simples e pode ser feito em casa. Confira a seguir um passo a passo para medição:
- Encontre o pulso no punho ou pescoço;
- Use os dedos indicador e médio para sentir os batimentos;
- Conte os batimentos durante 1 minuto e multiplique por quatro.
Para medições mais precisas, o uso de monitores de frequência cardíaca ou relógios inteligentes é recomendado.
Frequência cardíaca alta: o que é e possíveis causas
A frequência cardíaca alta, também chamada de taquicardia, ocorre quando os batimentos cardíacos ultrapassam os valores considerados normais para a idade e condição da pessoa.
Essa alteração pode ser provocada por fatores pontuais, como estresse, ansiedade, prática de exercícios intensos, febre, desidratação ou consumo excessivo de cafeína e nicotina. Além disso, pode estar relacionada a condições clínicas mais sérias, como anemia, hipertireoidismo, arritmias ou doenças cardíacas estruturais.
Em situações persistentes, a taquicardia pode gerar sintomas como falta de ar, tontura, palpitações, dor no peito e fadiga, sendo essencial buscar atendimento médico. Para investigação, exames como eletrocardiograma (ECG), ecocardiograma, teste ergométrico e monitoramento por holter ajudam a identificar a causa e orientar o tratamento adequado.
Como diminuir a frequência cardíaca?
Listamos abaixo algumas práticas que ajudam a tornar os batimentos cardíacos normais:
- Realizar exercícios de respiração profunda;
- Evitar cafeína e estimulantes;
- Ter uma rotina regular de exercícios físicos;
- Praticar técnicas de relaxamento, como meditação.
Mas lembre-se, caso a taquicardia seja frequente, você deve procurar orientação médica imediatamente para descartar causas mais graves.
Frequência cardíaca baixa: o que é e possíveis causas
A frequência cardíaca baixa, conhecida como bradicardia, acontece quando os batimentos ficam abaixo de 60 bpm em repouso.
Embora seja comum em atletas e pessoas fisicamente bem condicionadas, que apresentam um coração mais eficiente, em outros casos pode indicar problemas de saúde. Entre as principais causas estão hipotireoidismo, distúrbios eletrolíticos, efeitos colaterais de medicamentos (como betabloqueadores) ou bloqueios cardíacos.
Quando a bradicardia não está ligada a condicionamento físico, pode gerar sintomas como tontura, desmaios, fadiga extrema e dificuldade de concentração, o que exige acompanhamento médico imediato. Para o diagnóstico médico, além do ECG, podem ser solicitados holter, testes de esforço e exames de sangue para avaliar possíveis desequilíbrios hormonais ou metabólicos.
– Leia também: Diagnóstico cardíaco: o que é, principais condições e exames relacionados
A telemedicina cardiológica na identificação de problemas cardiovasculares
A telemedicina cardiológica, também conhecida como telecardiologia, representa uma subárea especializada dentro do vasto campo da telemedicina, dedicando-se exclusivamente aos cuidados, diagnósticos e tratamentos relacionados à saúde cardiovascular.
Os serviços de telemedicina são possibilitados através das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), que permitem a troca de informações essenciais para o acesso e a prestação de cuidados de saúde a populações com limitações de acesso ou oferta de serviços em suas localidades.
No contexto da telemedicina cardiológica, uma das principais aplicações é o telediagnóstico e o telelaudo. Esse serviço inovador emprega as TICs para apoiar o diagnóstico de doenças cardiovasculares, permitindo a emissão de laudos médicos a distância.
O objetivo principal é agilizar o processo de identificação de condições cardíacas, tornando-o não apenas mais rápido, mas também mais eficiente. Isso é especialmente relevante considerando que as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em todo o mundo.
Ao facilitar diagnósticos precoces e rápidos, a telecardiologia melhora significativamente o prognóstico para os pacientes, contribuindo para uma gestão mais eficaz da saúde cardiovascular.
Vantagens da telemedicina na cardiologia
Exames cardíacos geralmente são mais delicados e exigem agilidade e precisão no diagnóstico. Portanto, a telemedicina contribui para a agilidade deste processo, tornando a assistência médica mais qualificada.
Outras vantagens da telemedicina cardiológica são:
- Interação entre os profissionais da saúde;
- Aumento da produtividade;
- Mais conforto para o paciente;
- Redução de custos na gestão médica;
- Segurança e confiabilidade dos dados;
- Os laudos médicos emitidos à distância são elaborados por médicos cardiologistas experientes, que vão garantir a qualidade na elaboração do laudo.
FAQ: dúvidas frequentes sobre batimentos cardíacos normais
Confira a seguir as dúvidas mais frequentes relacionadas aos batimentos cardíacos normais:
Em repouso, os batimentos cardíacos normais em adultos costumam variar entre 60 e 100 bpm. Pessoas ativas ou atletas podem apresentar valores mais baixos sem que isso represente problema de saúde.
Não existe um único “melhor número”, mas sim uma faixa ideal. Em geral, valores entre 60 e 75 bpm em repouso indicam boa saúde cardiovascular, especialmente quando não há sintomas associados.
Sim, 78 bpm em repouso ainda é considerado normal, principalmente se estiver dentro de uma faixa ocasional. Porém, valores frequentemente acima de 77–80 bpm podem merecer avaliação médica, dependendo da idade e do estilo de vida.
Sim, 65 bpm é considerado normal em repouso, estando dentro da faixa saudável. Esse valor é até visto como ótimo em mulheres adultas e indica boa condição cardiovascular, desde que não haja sintomas associados.
Sim, 55 bpm pode ser normal, especialmente em pessoas que praticam atividade física regularmente. Se não houver sintomas como tontura ou fadiga, geralmente não há motivo para preocupação.
Um batimento de 47 bpm é considerado baixo, mas pode ser normal em atletas ou pessoas muito bem condicionadas fisicamente. Se vier acompanhado de sintomas como tontura ou cansaço, é necessário investigar.
Na gravidez, é comum que os batimentos cardíacos fiquem mais altos, variando entre 70 e 90 bpm em repouso, devido às mudanças no corpo e ao aumento do volume sanguíneo.
Se a frequência cardíaca baixa não causa sintomas e a pessoa tem boa condição física, normalmente não há preocupação. No entanto, em casos de fadiga, tontura ou desmaios, é importante procurar um médico para investigação.
A bradicardia passa a ser preocupante quando os batimentos ficam abaixo de 50 bpm em pessoas não atletas e há sintomas associados, como falta de ar, dor no peito, desmaios ou dificuldade de concentração.
Durante um infarto, a frequência cardíaca pode aumentar, diminuir ou ficar irregular, dependendo do tipo e da gravidade. O sinal mais importante não é apenas o número, mas sim os sintomas associados, como dor no peito, falta de ar, suor frio e náuseas. Nessas situações, é fundamental procurar atendimento de emergência imediatamente.
Batimentos cardíacos: porque acompanhar faz diferença
Entender os batimentos cardíacos normais é essencial para acompanhar a saúde do coração e identificar possíveis irregularidades de forma precoce. Como vimos, tanto valores acima quanto abaixo do esperado podem estar ligados a fatores momentâneos ou indicar condições que exigem acompanhamento médico.
Manter hábitos saudáveis, como praticar exercícios regularmente, adotar uma alimentação equilibrada, dormir bem e controlar o estresse, contribui diretamente para uma frequência cardíaca estável e para a saúde cardiovascular como um todo. Além disso, recursos modernos, como a telemedicina cardiológica, ampliam o acesso a diagnósticos rápidos e seguros, oferecendo mais tranquilidade aos pacientes e agilidade aos profissionais de saúde.

Médico Cardiologista formado pela UNEC e Especialista em Ecocardiografia pela FATESA. Possui vasta experiência em atendimento ambulatorial em Cardiologia e Saúde da Família, urgência e emergência, enfermaria hospitalar, além de atuar como ergometrista. Também possui expertise em Telemedicina, sendo especialista em laudos de Holter, Eletrocardiograma e MAPA. Atualmente, é Coordenador da Unidade Coronariana do Hospital Vila da Serra, Preceptor da Especialização em Cardiologia Clínica do mesmo hospital e referência técnica da Clínica Cuidar Saúde, em Sete Lagoas, MG. CRM MG 61303, RQE 43711 e LinkedIn @jailton-neves-fernandes.