Solicitação de exames: como fazer em sua clínica ou consultório médico?

A solicitação de exames é uma das etapas mais importantes do atendimento médico. Por isso, as instituições de saúde devem ter processos claros, que garantam a segurança e confiabilidade das informações dos pacientes e, ainda, respeitem as orientações dos convênios médicos.
No texto abaixo esclarecemos as principais dúvidas a respeito dos procedimentos de pedidos de exames. Continue a leitura e fique por dentro!
Formas de realizar a solicitação de exames
Primeiramente, é preciso conhecer as diferentes possibilidades de solicitar exames. Em geral, isso pode ser feito de forma manual ou eletronicamente, e pode seguir certas especificações dependendo das operadoras médicas.
Veja a seguir quais são as práticas mais comuns.
1. Solicitação de exames manual
Nesse caso, o médico realizará o pedido de exame da forma tradicional, isto é, através de um papel assinado por ele.
Este documento deve conter o nome do médico solicitante do exame, assim como seu número de CRM, nome do estabelecimento de saúde e informações como endereço, telefone e e-mail.
Além disso, a solicitação de exame deve trazer o nome do paciente e a indicação do procedimento a ser realizado, assim como especificações do pedido (por exemplo, necessidade eventual de refazer o exame após certo período).
Padrão TISS
Alguns convênios de saúde exigem que os pedidos de exames sigam o padrão TISS (Troca de Informações na Saúde Suplementar). Este, por sua vez, segue as determinações da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Portanto, quando for necessário que o pedido de exame siga esse padrão, o médico solicitante deve preencher a Guia TISS de Solicitação de Procedimento (SP/SADT). Esse documento estabelece informações obrigatórias a serem preenchidas no pedido, sendo elas:
- Registro da Operadora na ANS;
- Número da Guia;
- Data da Emissão da Guia: Número identificador da guia principal;
- Número da Carteira;
- Nome do plano do beneficiário;
- Nome do beneficiário;
- Código da operadora CNPJ/CPF do contratado solicitante;
- Nome do contratado;
- Sigla do conselho profissional;
- Número do conselho profissional;
- UF do conselho: Sigla da unidade federativa do conselho profissional;
- Caráter de Solicitação: Código do caráter de solicitação. (Eletivo: E ou Urgência/Emergência: U);
- CID: Código CID10 do diagnóstico principal;
- Indicação Clínica: Deve ser preenchido pelo profissional solicitante;
- Descrição do procedimento solicitado;
- Quantidade solicitada de um mesmo serviço/procedimento;
- Nome do contratado executante;
- Código CNES do contratado executante;
- Sigla do conselho profissional do executante conforme tabela de domínio;
- Número do conselho profissional do executante;
- Sigla da unidade federativa do conselho profissional do executante;
- Código do tipo de atendimento da guia SP/SADT: Remoção: 1; Pequena Cirurgia: 2; Terapia: 3; Consulta: 4; Exame: 5; Atendimento Domiciliar: 6; SADT Internado: 7; Quimioterapia: 8; Radioterapia: 9; TRS Terapia; Renal Substitutiva: 10;
- Código de Saída: Retorno:1; Retorno com SADT: 2; Referência: 3; Internação: 4; Alta: 5; Óbito: 6;
- Data de realização do procedimento;
- Código da tabela utilizada para descrever os procedimentos conforme tabela de domínio;
- Código do procedimento realizado;
- Descrição do procedimento realizado;
- Quantidade em cobrança de um mesmo serviço/procedimento realizado.
– Leia também: Tabela TUSS: o que é, qual sua importância e como funciona
Solicitação de exame com justificativa
Em geral, esse tipo de pedido de exame é requerido para procedimentos de maior complexidade. Nesse caso, é comum que o paciente tenha que solicitar autorização junto ao seu convênio médico com uma justificativa para a realização do procedimento.
Por exemplo, para uma cirurgia de correção de catarata, o paciente pode ter que entrar em contato com a operadora para obter autorização.
Portanto, na solicitação do exame, o médico deve incluir a justificativa para o procedimento. No caso exemplificado, pode-se dizer que a técnica é essencial para restaurar a visão e evitar problemas mais graves à saúde do paciente.
– Leia também: Interpretação de exames: 7 vantagens do telediagnóstico no procedimento
2. Solicitação digital de exames
Essa modalidade é similar ao pedido manual, porém acontece de forma digital. O preenchimento das informações, assim como a assinatura no documento, é feito eletronicamente, e tudo pode ser compartilhado pela internet.
Em geral, as instituições que optam por esse método utilizam um software de gestão médica, que conta com essa funcionalidade e simplifica o preenchimento e compartilhamento de informações com pacientes e convênios.
O pedido de exames online contribui para otimizar o fluxo de trabalho das instituições médicas, além de tornar o atendimento mais cômodo para os pacientes, que podem acessar a solicitação a qualquer momento, de onde estiverem.
Como validar a solicitação digital de exames?
O compartilhamento de informações no meio digital deve ter a mesma segurança e confiabilidade do pedido manual. Por isso, as instituições devem garantir que todos os documentos tenham assinaturas digitais válidas.
Para isso, os profissionais devem validar documentos como atestados digitais e solicitação de exames por meio da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil).
A assinatura eletrônica para médicos garante a segurança em qualquer tipo de transação eletrônica, tendo, portanto, o mesmo valor da assinatura manuscrita.
Para validar a assinatura digital e solicitação de exame, é possível acessar o site assinaturadigital.iti.gov.br e realizar o upload do pedido para descobrir se o número do registro do CRM é válido, se ela segue os padrões ICP-Brasil e se a receita é autêntica.
– Leia também: LGPD na saúde: o que é e quais os seus principais impactos

