O que é polissonografia e quando é indicado fazer?

A polissonografia (PSG) é o exame recomendado para diagnosticar e monitorar distúrbios do sono. É um procedimento não invasivo, indolor, tipicamente noturno, que vai registrar de forma simultânea múltiplos sinais fisiológicos com o objetivo de caracterizar a arquitetura do sono, identificar eventos respiratórios, detectar movimentos anormais e documentar alterações cardíacas e neurológicas durante o sono.
Em geral, médicos solicitam esse exame para investigar quadros de apneia do sono, insônia, narcolepsia, bruxismo e outros distúrbios que afetam a qualidade do descanso e a saúde geral do paciente.
Variáveis monitoradas
Listamos abaixo o que um exame de polissonografia completo é capaz de registrar:
- Eletroencefalograma (EEG): identificação dos estágios do sono (N1, N2, N3 e REM), microdespertares e eventos paroxísticos.
- Eletro‑oculograma (EOG): movimentos oculares, essencial para definir sono REM.
- Eletromiografia (EMG): tônus submentoniano (para detecção de atonia REM e bruxismo) e eletrodos em membros inferiores para PLMS (movimentos periódicos das pernas).
- Fluxo aéreo (nasal e oral) e esforço respiratório (cintas torácica e abdominal): para diferenciar apneia obstrutiva de apneia central e para detectar hipopneias.
- Oximetria de pulso (SpO₂): dessaturações e índices de dessaturação (ODI).
- Eletrocardiograma (ECG): ritmo e eventos arrítmicos noturnos.
- Atividade muscular e movimentos corporais.
Esses sinais permitem quantificar índices como AHI (Índice de Apneia-Hipopneia), RDI (Índice de Distúrbio Respiratório), ODI (Índice de Dessaturação de Oxigênio), tempo total de sono e arquitetura das fases do sono.
Tipos de Polissonografia
De acordo com a necessidade do diagnóstico, a Polissonografia pode ser dividida em quatro diferentes categorias de 1 a 4. Em geral, o que muda é a quantidade de canais mensurados: 7, 7, 4-7 e 2.
Polissonografia Completa (Tipo 1)
Esse tipo de polissonografia é realizada em um laboratório do sono e é feito com monitoramento contínuo de um profissional de saúde. Nele são captados pelo menos 7 canais de sinal.
Indicado para casos mais complexos, como suspeita de apneia severa ou distúrbios neurológicos do sono.
Polissonografia tipo 2
O tipo 2 pode ser realizado na própria casa do paciente, com o uso de equipamentos portáteis que registram os principais parâmetros do sono. Não requer a observação de um técnico e também são captados pelo menos 7 canais de sinal.
Polissonografia tipo 3
Essa modalidade também pode ser realizada no domicílio do paciente, ou seja, não requer monitoramento médico. O foco do tipo 3 é a avaliação da apneia obstrutiva do sono, por isso, também é conhecida como polissonografia cardio respiratória.
Esse tipo de exame vai captar de 4 a 7 canais de sinal.
Polissonografia tipo 4
Nessa modalidade de polissonografia são utilizados dispositivos mínimos, de 1 a 2 canais, sendo um deles a oximetria.
MSLT (Multiple Sleep Latency Test)
Esse é um tipo de polissonografia diurna, indicado para avaliar distúrbios de sonolência excessiva, como narcolepsia, por exemplo.
PSG com titulação de CPAP
Esse exame é realizado com objetivo de ajustar a pressão do CPAP (pressão positiva contínua nas vias aéreas), aparelho utilizado no tratamento da apneia obstrutiva do sono.
Indicações clínicas principais
A polissonografia é indicada quando a avaliação clínica levantar suspeita de:
- Apneia obstrutiva do sono (AOS): ronco alto, pausas respiratórias observadas, sonolência diurna excessiva, relatos de engasgos noturnos. Em pacientes com hipertensão resistente, arritmias, AVC prévio, insuficiência cardíaca ou diabetes descontrolada, optar por PSG laboratorial.
- Sonolência diurna persistente sem explicação: investigar com PSG e complementar com MSLT quando indicado.
- Parassonias complexas (ex.: comportamentos violentos durante o sono REM, sonambulismo com risco): vídeo‑PSG em laboratório para distinguir parassonias de epilepsia noturna.
- Movimentos anormais no sono (bruxismo sintomático, PLMS) com repercussão clínica.
- Avaliação de eficácia terapêutica: controle pós‑tratamento (ex.: avaliação após início de CPAP) ou titulação da pressão PAP.
- Pacientes com doenças neuromusculares, obesidade hipoventilação ou doença pulmonar grave: PSG completa, preferencialmente com capnografia quando houver suspeita de hipoventilação.
Leia também: Laudo de polissonografia a distância: como funciona e principais benefícios
Quando o estudo domiciliar NÃO é adequado
Como mencionado acima, existem tipos de polissonografia que podem ser realizados na casa do paciente. Fizemos uma lista com situações que essa indicação não é a melhor recomendação:
- suspeita de distúrbio do sono não respiratório (parassonias, epilepsia noturna, insônia primária complexa);
- comorbidades clínicas significativas (insuficiência cardíaca instável, doença pulmonar severa, neuromuscular);
- suspeita de apneia central;
- situações em que o paciente não consegue manusear o equipamento ou quando é necessária vigilância técnica.
Nessas situações, a PSG Tipo I em laboratório é preferível.
Preparação do paciente: orientações práticas
- Manter rotina de sono nos dias anteriores; evitar privação intencional.
- Evitar álcool, cafeína e sedativos no dia do exame.
- Trazer lista de medicamentos (benzodiazepínicos, antidepressivos, estimulantes interferem na arquitetura do sono) e discutir possíveis suspensões previamente.
- Não usar cremes, óleos ou maquiagem no rosto (melhor adesão dos eletrodos).
- Para PSG em laboratório: levar documento, roupa confortável e itens de higiene pessoal.
Como a Mais Laudo pode integrar o fluxo clínico
A Mais Laudo realiza emissão de laudos de Polissonografia Tipo I, com monitorização noturna em ambiente especializado e análise por médico especialista.
O laudo detalhado é disponibilizado conforme fluxo operacional interno (verificar prazos e procedimentos com a equipe). A opção por PSG laboratorial é recomendada quando se deseja diagnóstico completo, titulação de CPAP ou quando há fatores de risco/complexidade.
FAQ sobre polissonografia
Após PSG noturna adequada, quando se investiga narcolepsia ou hipersônia central.
Não. É alternativa em pacientes selecionados com alta probabilidade clínica de AOS e sem comorbidades; resultado negativo/inconclusivo exige PSG laboratorial.
A titulação manual em laboratório é o padrão-ouro; protocolos split‑night/full‑night são utilizados conforme indicação.
AHI/RDI, ODI, tempo total de sono, percentuais de REM/N3, microdespertares e eventos por posição.
A Mais Laudo oferece a emissão do laudo online em até 10 dias úteis após a realização do exame, garantindo rapidez e precisão no diagnóstico.
