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Desospitalização de pacientes: como a telemedicina pode ser útil nesse processo?

por Leandro Reis / Há 1 ano
Desospitalização de pacientes

Visando proporcionar maior bem-estar e qualidade de vida para os pacientes, instituições de saúde estão implementando com maior frequência a prática de desospitalização de pacientes. Além das vantagens proporcionadas a quem está doente, essa estratégia também contribui para a otimização da gestão hospitalar e redução de custos. 

Quer entender melhor sobre o conceito e sua aplicabilidade? No texto abaixo vamos apresentar tudo o que você precisa saber sobre o tema. 

 

O que é desospitalização? 

Por desospitalização entende-se o ato de dar alta ao paciente, ou seja, liberar um leito de internação. Porém, o conceito é ainda mais complexo, uma vez que essa liberação acontece de forma estratégica para a recuperação desse indivíduo. 

Portanto, o significado de desospitalização não é dar alta precoce ao paciente, mas sim humanizar seu tratamento, transferindo-o para o seu ambiente domiciliar. 

Ao retirar o paciente do hospital e levá-lo para realizar o tratamento em casa, há o entendimento de que sua recuperação ocorrerá de forma mais rápida e bem sucedida. Afinal, ele estará em um espaço mais confortável e ao redor de seus familiares. 

Leia também: O que é atendimento humanizado? tudo sobre o tema aqui!

 

Quando o processo de desospitalização é indicado? 

Algumas características sociais e também oportunidades gerenciais fazem com que o processo de desospitalização de pacientes seja benéfico para as instituições de saúde, assim como para os pacientes. 

Veja abaixo quando a prática é adequada. 

Tratamento de idosos

Segundo o IBGE, a estimativa é que até 2030 o Brasil alcance a 5ª posição entre os países com a população mais idosa. Até 2050 o número de pessoas idosas deve chegar a 2 bilhões de pessoas em todo o mundo. 

Já os dados do Observatório da ANAHP apontam que o tempo de internação médio de uma população entre 30 e 44 anos é de 2,57 dias. Já o de pessoas acima de 75 anos, esse período é de 8,31. 

Ao analisarmos esses dados percebemos a importância de repensar o formato de internação mais adequado para essa faixa etária. Logo, a desospitalização surge como uma olhar mais humanizado para esse atendimento, visando uma melhor qualidade de vida para os pacientes. 

Pacientes com doenças crônicas e cuidados paliativos

Nos últimos anos percebemos uma maior prevalência de doenças crônicas sobre aquelas consideradas agudas. Casos de diabetes, hipertensão, câncer são alguns dos exemplos comuns em internações. 

No caso desses pacientes, assim como daqueles sob cuidados paliativos em estado considerado estável, ou seja, em que não há necessidade de mantê-los internados, a desospitalização é uma solução mais confortável e humanizada de seguir o tratamento. 

Elevados custos de saúde 

Os custos de manter um paciente internado, sob cuidados integrais de uma equipe e de equipamentos caros podem ser muito altos. Logo, investir em uma alternativa de atendimento, que pode ser benéfica para ambas as partes (hospital e pacientes), é uma solução vista com bons olhos em unidades de saúde. 

 

Como implementá-lo em sua instituição de saúde? 

Primeiramente, é preciso deixar claro que a desospitalização não é reconhecida como método de tratamento pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e nem pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). 

Contudo, ela pode ser indicada para pacientes de acordo com as necessidades de seu quadro e preferência da família. 

Para implementar a estratégia é importante que a instituição de saúde disponha de uma equipe multidisciplinar que trabalhe de forma coordenada para garantir um atendimento de qualidade para o paciente. 

Dependendo da doença tratada e das necessidades do paciente, pode ser necessário o acompanhamento de profissionais como: 

  • Enfermeiros;
  • Nutricionistas;
  • Fisioterapeutas; 
  • Clínico geral. 

Além disso, é preciso que a clínica conte com um sistema que ajude na identificação de oportunidades de desospitalização. 

Também é importante contar com um aparato tecnológico que dê suporte para o monitoramento destes pacientes, assim como para auxiliar na identificação de oportunidades. 

 

Importância da preparação do ambiente domiciliar

Um dos desafios mais significativos na desospitalização é a preparação adequada do ambiente domiciliar. Os lares, em geral, não são projetados para serem ambientes de cuidado médico. 

Em um estudo realizado pela University of California, San Francisco (UCSF), foi destacado que a falta de infraestrutura domiciliar adequada pode levar a readmissões hospitalares, aumentando, assim, os custos em longo prazo. Por isso, ao indicar a descapitalização, é importante certificar que o paciente terá condições de receber os cuidados necessários em seu lar. 

Além disso, é fundamental preparar os familiares para receber o paciente em casa. Isso inclui desde o manejo de equipamentos até o entendimento de prescrições médicas.

 

Aspectos legais e éticos

Entenda a seguir alguns aspectos importantes que as instituições de saúde devem considerar ao utilizar a prática de desospitalização. 

Consentimento informado

De acordo com a Resolução CFM nº 2.174/2017, do Conselho Federal de Medicina do Brasil, o consentimento informado é uma obrigação ética e legal. O paciente ou seus responsáveis devem ser informados sobre os riscos e benefícios da desospitalização e concordar com o plano de cuidado antes de sua implementação.

Responsabilidades médicas e legais

A equipe médica deve estar preparada para definir claramente as responsabilidades em casos de emergência ou eventuais complicações. A falta de clareza nessa definição pode resultar em litígios judiciais para a instituição.

Comitês de ética

Para mitigar os riscos legais e éticos, muitas instituições estão estabelecendo comitês de ética focados em desospitalização. Esses comitês servem para revisar os casos individualmente e garantir que as decisões tomadas estejam em conformidade com as melhores práticas médicas e éticas.

Proteção de Dados e Privacidade

Com o aumento do uso da telemedicina e outras tecnologias em processos de desospitalização, questões relativas à proteção de dados e à privacidade do paciente tornam-se cada vez mais importantes. 

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil oferece diretrizes específicas sobre como os dados do paciente devem ser manuseados para garantir sua privacidade e segurança.

 

 

Como a telemedicina contribui para a desospitalização? 

A telemedicina consiste no uso de tecnologias de comunicação e informação em prol do tratamento em saúde. Neste caso, essas medidas são extremamente úteis para eficiência dos processos de desospitalização. 

Funcionalidades como a teleconsulta e o prontuário eletrônico ajudam a otimizar e agilizar o atendimento que acontecerá à distância. Portanto, pode-se dizer que a telemedicina é complementar ao processo de desospitalização.

 

Além disso, recursos como os laudos médicos online ajudam a otimizar a gestão hospitalar, contribuindo para que o foco estratégico seja direcionado para os cuidados com os pacientes. 

Leia também: Como funciona a telemedicina nos hospitais?

 

O papel das tecnologias 

Além da telemedicina, tecnologias como Internet das Coisas (IoT) e Inteligência Artificial estão ganhando espaço na área da saúde e podem contribuir para tornar a desospitalização ainda mais eficaz. 

Por exemplo, sensores podem monitorar sinais vitais e outros dados do paciente em tempo real, enquanto algoritmos de IA podem ajudar a analisar essas informações de forma mais precisa.

Leia também: Inteligência artificial na medicina: 8 aplicações e seus benefícios

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