Tabela TUSS: o que é, qual sua importância e como funciona

por Equipe Mais Laudo / Há 1 mês
Tabela TUSS: o que é, qual sua importância e como funciona

Quem trabalha na administração de estabelecimentos de saúde, em algum momento de suas atividades já ouviu falar na Tabela TUSS, documento que deve fazer parte do planejamento e da gestão financeira de clínicas médicas, hospitais e outras instituições. No entanto, é bastante comum que muitas pessoas ainda tenham dúvidas sobre o real significado dessa terminologia.

Foi pensando em divulgar mais sobre o conceito TUSS que desenvolvemos este post, que trará informações importantes sobre o assunto. Continue a leitura e confira:

  • O que é a TUSS e quais são os seus objetivos?
  • Por que a tabela TUSS é importante para os estabelecimentos de saúde?
  • Quais são os fatores legislativos para a implementação do TUSS?
  • Como fazer uma tabela TUSS?
  • O que acontece com a instituição que não aderir à tabela TUSS? 
  • Conclusão sobre o TUSS

O que é a TUSS e quais são os seus objetivos?

A sigla TUSS significa Terminologia Unificada da Saúde Suplementar, e é uma espécie de continuação do chamado padrão TISS (Troca de Informações na Saúde Suplementar), estabelecido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

O objetivo da tabela TUSS é padronizar todos os códigos e as nomenclaturas dos procedimentos médicos, levando em consideração a 6ª edição da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), bem como outros tipos de despesas.

A tabela é dividida em cinco categorias principais, sendo elas:

  • Procedimentos médicos e outros serviços assistenciais;
  • Diárias e taxas;
  • Materiais e medicamentos;
  • Órteses, próteses e materiais especiais (OPME);
  • Itens não contemplados na CBHPM, mas reconhecidos pela ANS.

Por que a tabela TUSS é importante para os estabelecimentos de saúde?

Antes de a tabela TUSS ser criada, era comum que a troca de informações entre os hospitais e as clínicas com as operadoras de planos de saúde e o governo apresentasse várias dificuldades na codificação — em relação aos procedimentos médicos realizados e a outras despesas hospitalares, como o investimento em medicamentos.

Isso dificultava que os planos de saúde identificassem quais procedimentos tinham sido realizados em determinado paciente, gerando entraves que podiam resultar em atrasos no repasse dos valores para os hospitais, o que gerava uma alta taxa de glosas.

No entanto, as vantagens da utilização da tabela TUSS não param por aí. Reunimos alguns dos principais benefícios para os estabelecimentos de saúde. Acompanhe!

1. Redução de custos

Com o alinhamento no preenchimento dos campos, utilizando um único padrão para inserir nomenclaturas e códigos, o índice de erros é muito menor. Assim, a necessidade de retrabalho para corrigir e até mesmo para encontrar falhas também diminui.

Além disso, sendo o processamento das informações menos burocrático, o gasto de tempo para executá-lo é menor, aumentando a eficiência do processo e, consequentemente, reduzindo gastos. Afinal, o tempo que o profissional deixa de gastar com essa tarefa pode ser utilizado em outra função mais relevante, aumentando sua produtividade.

Vale ressaltar que estamos falando de milhares de informações sendo processadas ao mesmo tempo. Assim, quanto maior for a padronização, melhores e mais eficientes são a identificação e o tratamento dos dados, e maior é a economia.

– Leia também: 3 dicas eficientes de como reduzir custos na área da saúde

2. Melhoria na comunicação

A padronização dos termos, procedimentos e elementos do atendimento em saúde garante harmonia na comunicação. Com todos falando a mesma linguagem, é possível reduzir os ruídos na troca de informações.

Quando o profissional usa a tabela TUSS no preenchimento das guias, a operadora do plano entende com clareza as informações sobre o procedimento realizado, sem dúvidas ou confusões, que fatalmente atrasariam o processo.

3. Simplificação de processos

É justamente essa diminuição da margem de dúvidas que torna cada etapa muito mais simples. Sem espaço para ambiguidades, os convênios procedem as liberações de forma mais rápida e descomplicada.

O mesmo vale para a comunicação com a ANS, havendo menos questionamentos sobre as informações prestadas. Tudo isso torna o mecanismo menos burocrático, beneficiando todos os envolvidos — desde o órgão que regulamenta e fiscaliza até os profissionais que prestam o serviço e os pacientes que são atendidos.

– Leia também: Gestão de planos de saúde: principais desafios e soluções

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Quais são os fatores legislativos para a implementação do TUSS?

O uso da tabela TUSS pelos estabelecimentos de saúde se tornou obrigatório a partir do dia 15 de outubro de 2010, quando a Resolução Normativa – RN Nº 190/2009 entrou em vigor.

No entanto, posteriormente, a Resolução Normativa nº 305/2012 tornou-se o elemento principal da legislação a esse respeito, revogando a RN nº 190/2009.

A implementação da TUSS segue as diretrizes estabelecidas pelo COPISS (Comitê de Padronização das Informações em Saúde Suplementar), garantindo que as operadoras de planos de saúde e prestadores de serviços utilizem terminologias padronizadas, reduzindo discrepâncias na cobrança de procedimentos.

Além disso, a regulamentação determina que:

  • Compete à ANS a responsabilidade por elaborar e manter a tabela TUSS, podendo solicitar auxílio de outras entidades especializadas na área para sua atualização;
  • A inclusão de novos termos na tabela deve ser aprovada pelo COPISS e pela área de padronização e interoperabilidade da ANS;
  • Caso um termo não conste na tabela TUSS, a operadora pode criar uma tabela própria, estabelecendo um código temporário para medicamentos, materiais, órteses, próteses e materiais especiais (OPME);
  • No entanto, a operadora deve solicitar à ANS a inclusão oficial do termo na TUSS. Não é permitido manter um código ou nomenclatura diferente do que já está previsto na tabela oficial.

Dessa maneira, é essencial que os estabelecimentos acompanhem periodicamente as atualizações publicadas pela ANS, garantindo a conformidade com as normas.

Leia também: Gestão de clínica médica: 5 erros comuns que você não pode cometer

Como fazer uma tabela TUSS?

Para elaborar uma tabela TUSS completa e garantir conformidade com a regulamentação vigente, é necessário incluir os seguintes elementos:

  • Procedimentos médicos;
  • Códigos presentes na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS);
  • Cobertura do plano de saúde

Isso se justifica pelo fato de a Associação Médica Brasileira (AMB) ser o órgão que determina e fiscaliza as terminologias de cada procedimento médico que surge. Já a ANS tem a função de disponibilizar esses códigos em seu site, para que os estabelecimentos de saúde possam fazer consultas e montar suas tabelas.

É importante destacar que a tabela TUSS de uma clínica ou de um hospital não é um catálogo dos valores praticados em cada procedimento, mas sim um conjunto dos métodos realizados, das nomenclaturas e dos códigos oficiais.

Para informar os preços praticados nos procedimentos do hospital, é necessário que seja feita outra tabela à parte, de modo que ambas possam ser divulgadas no site da instituição.

No site da ANS, é possível consultar a Tabela TUSS atualizada, onde há a indicação de todos os códigos e nomenclaturas dos procedimentos médicos atualizados. Portanto, no momento em que for elaborar a tabela da sua clínica, é importante consultá-la para ter certeza de que está usando os padrões corretos.

Códigos da Tabela TUSS

Abaixo, listamos alguns exemplos de códigos da Tabela TUSS, utilizados para procedimentos médicos:

Código TUSSProcedimento
10101012Consulta médica em consultório
20101025Eletrocardiograma com laudo
30101057Ressonância magnética de crânio
40101049Exame de glicemia em jejum
50102030Ultrassonografia abdominal total
60101014Colonoscopia com biópsia
70101035Hemograma completo
80101021Tomografia computadorizada de tórax
90101045Endoscopia digestiva alta
100101052Teste ergométrico (teste de esforço)

Acesse a tabela TUSS atualizada aqui.

O que acontece com a instituição que não aderir à tabela TUSS? 

Como apresentamos acima, a padronização dos códigos e nomenclaturas dos procedimentos médicos traz uma série de benefícios para as instituições de saúde, tornando os processos mais objetivos e qualificados.

A adesão à TUSS é obrigatória para todas as empresas que lidam com algum tipo de informação em sua rotina. De acordo com o artigo 44 da Resolução Normativa nº 124, a instituição que não cumprir as normas relativas ao padrão na troca de informações em serviços de saúde deverá ser multada:

“Deixar de cumprir as normas relativas ao padrão essencial obrigatório para as informações trocadas entre operadoras e prestadores de serviços de saúde, sobre o atendimento prestado a seus beneficiários: Sanção: advertência; Multa de R$ 35.000,00.”

Conclusão sobre o TUSS

Agora que você já conhece um pouco mais sobre a tabela TUSS e a sua importância, é fundamental que siga à risca as nossas instruções. Afinal, a padronização é benéfica para a clínica, para os planos de saúde e para os pacientes.

Você sabia que, além da implementação da tabela TUSS, é possível reduzir gastos na sua clínica com laudos médicos a distância? Entre em contato conosco e saiba mais sobre o nosso serviço de telelaudo!

– Leia também: Como funciona a telemedicina nos planos de saúde?

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