Escala NIHSS: o que é, para que serve e como funciona na prática

A escala NIHSS é uma ferramenta clínica fundamental na avaliação de pacientes com suspeita de Acidente Vascular Cerebral (AVC). Ela padroniza a análise da gravidade dos déficits neurológicos e orienta condutas terapêuticas com maior precisão e segurança, especialmente em situações de urgência.
Neste artigo, explicamos melhor sobre o funcionamento da escala NIHSS, sua importância no contexto do AVC e como a integração com a telemedicina pode ajudar no atendimento emergencial.
O que é a escala NIHSS?
Desenvolvida pelo National Institutes of Health (NIH), dos Estados Unidos, a NIHSS (National Institutes of Health Stroke Scale) é uma escala neurológica quantitativa utilizada globalmente na triagem de AVCs. O objetivo é uniformizar a avaliação clínica e permitir uma medição precisa da extensão do comprometimento neurológico.
A ferramenta é estruturada em uma sequência de testes objetivos que avaliam as principais funções cerebrais afetadas por um AVC. A pontuação obtida fornece uma estimativa do grau de lesão cerebral e ajuda na tomada de decisões rápidas.
Para que serve a escala NIHSS?
Além de sua utilidade na triagem e diagnóstico inicial do AVC isquêmico, a escala NIHSS apresenta uma série de finalidades clínicas relevantes:
- Padronizar a avaliação de pacientes com sintomas neurológicos agudos;
- Embasar decisões como o uso de trombolíticos (rtPA);
- Acompanhar a evolução do quadro neurológico durante a internação;
- Documentar respostas ao tratamento de forma objetiva;
- Facilitar a comunicação entre equipes multiprofissionais e centros de referência;
- Servir como critério de inclusão em protocolos clínicos e pesquisas científicas.
Dessa forma, a escala NIHSS se consolida como uma ferramenta robusta tanto na prática clínica quanto na pesquisa científica.
Como funciona a escala NIHSS?
A escala NIHSS consiste em 11 itens que avaliam áreas neurológicas específicas. A pontuação é atribuída conforme a gravidade dos sintomas em cada função avaliada. Os itens avaliados na escala são:
- Nível de consciência e resposta a comandos;
- Melhor olhar conjugado
- Visual (perda visual)
- Paralisia facial
- Teste motor para braços
- Teste motor para pernas
- Ataxia de membros
- Sensibilidade (perda sensitiva)
- Melhor linguagem
- Disartria
- Extinção ou desatenção.
Cada item tem uma escala própria, geralmente de 0 a 2, 3 ou 4 pontos. A somatória final varia de 0 a 42. O exame deve ser aplicado por profissionais treinados, pois a interpretação incorreta pode impactar significativamente a conduta médica.
Leia também: A precisão da teleneurologia no diagnóstico de AVC
Pontuação e interpretação da escala NIHSS
Na prática, quanto maior a pontuação da escala NIHSS, maior é o déficit neurológico identificado. A pontuação é feita item a item, e os escores mais altos são atribuídos às piores respostas observadas pelo profissional de saúde.
Por exemplo, na Fase 1, avalia-se o nível de consciência:
- Alerta, respondendo prontamente – 0 pontos
- Não alerta, mas responde a estímulos verbais mínimos – 1 ponto
- Não alerta, mas responde a estímulos dolorosos – 2 pontos
- Comatoso ou sem resposta – 3 pontos
Já na Fase 2, que observa o melhor olhar conjugado, os escores são:
- Olhar normal – 0 pontos
- Paralisia parcial do olhar – 1 ponto
- Desvio forçado ou paralisia total – 2 pontos
Cada etapa possui critérios objetivos para aferição e pontuação. Ao final do exame, todos os valores atribuídos são somados, e o total é interpretado da seguinte forma:
- 0 pontos: sem sintomas neurológicos
- 1 a 4 pontos: AVC leve
- 5 a 17 pontos: AVC moderado
- Acima de 22 pontos: AVC grave
É fundamental que a aplicação seja feita com rigor técnico e base em protocolos padronizados, para que a escala seja uma aliada real na conduta clínica.
Vantagens da telemedicina no diagnóstico do AVC
O tratamento do AVC é extremamente tempo-dependente. Estudos mostram que, a cada minuto sem circulação adequada, aproximadamente 2 milhões de neurônios são perdidos. Por isso, a agilidade no diagnóstico é fundamental.
A telemedicina vem sendo uma aliada estratégica no atendimento de urgência. Ao integrar o uso da escala NIHSS com o suporte de telerradiologistas disponíveis 24 horas, clínicas e hospitais conseguem:
- Encaminhar exames como tomografia ou ressonância de forma imediata para laudo a distância;
- Obter laudos emergenciais em até 2 horas, como é o caso dos serviços oferecidos pela Mais Laudo;
- Agilizar a liberação de protocolos de trombólise ou transferência para centros especializados;
- Reduzir o tempo porta-agulha e melhorar os desfechos clínicos.
Esse modelo tem se mostrado especialmente eficaz em hospitais de menor porte ou localizados em áreas remotas, que não contam com neurologistas de plantão.
– Leia também: Qual a diferença entre tomografia e ressonância? Descubra!
Conclusão
A escala NIHSS é um protocolo essencial para a triagem, avaliação e prognóstico de pacientes com suspeita de AVC, e contribui significativamente para a precisão e agilidade nas decisões clínicas.
Aliada à telemedicina, especialmente ao serviço de emissão de laudos a distância da Mais Laudo, a escala NIHSS ganha ainda mais valor. A possibilidade de emitir laudos de tomografia e ressonância em até 2 horas — com especialistas de plantão 24h — garante respostas rápidas e mais chances de recuperação para o paciente.
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Médico Cardiologista formado pela UNEC e Especialista em Ecocardiografia pela FATESA. Possui vasta experiência em atendimento ambulatorial em Cardiologia e Saúde da Família, urgência e emergência, enfermaria hospitalar, além de atuar como ergometrista. Também possui expertise em Telemedicina, sendo especialista em laudos de Holter, Eletrocardiograma e MAPA. Atualmente, é Coordenador da Unidade Coronariana do Hospital Vila da Serra, Preceptor da Especialização em Cardiologia Clínica do mesmo hospital e referência técnica da Clínica Cuidar Saúde, em Sete Lagoas, MG. CRM MG 61303, RQE 43711 e LinkedIn @jailton-neves-fernandes.