Escala NIHSS: o que é, para que serve e como funciona na prática

por Dr. Jailton Neves Fernandes / Há 4 horas
escala NIHSS

A escala NIHSS é uma ferramenta clínica fundamental na avaliação de pacientes com suspeita de Acidente Vascular Cerebral (AVC). Ela padroniza a análise da gravidade dos déficits neurológicos e orienta condutas terapêuticas com maior precisão e segurança, especialmente em situações de urgência.

Neste artigo, explicamos melhor sobre o funcionamento da escala NIHSS, sua importância no contexto do AVC e como a integração com a telemedicina pode ajudar no atendimento emergencial.

O que é a escala NIHSS?

Desenvolvida pelo National Institutes of Health (NIH), dos Estados Unidos, a NIHSS (National Institutes of Health Stroke Scale) é uma escala neurológica quantitativa utilizada globalmente na triagem de AVCs. O objetivo é uniformizar a avaliação clínica e permitir uma medição precisa da extensão do comprometimento neurológico.

A ferramenta é estruturada em uma sequência de testes objetivos que avaliam as principais funções cerebrais afetadas por um AVC. A pontuação obtida fornece uma estimativa do grau de lesão cerebral e ajuda na tomada de decisões rápidas.

Para que serve a escala NIHSS?

Além de sua utilidade na triagem e diagnóstico inicial do AVC isquêmico, a escala NIHSS apresenta uma série de finalidades clínicas relevantes:

  • Padronizar a avaliação de pacientes com sintomas neurológicos agudos;
  • Embasar decisões como o uso de trombolíticos (rtPA);
  • Acompanhar a evolução do quadro neurológico durante a internação;
  • Documentar respostas ao tratamento de forma objetiva;
  • Facilitar a comunicação entre equipes multiprofissionais e centros de referência;
  • Servir como critério de inclusão em protocolos clínicos e pesquisas científicas.

Dessa forma, a escala NIHSS se consolida como uma ferramenta robusta tanto na prática clínica quanto na pesquisa científica.

Como funciona a escala NIHSS?

A escala NIHSS consiste em 11 itens que avaliam áreas neurológicas específicas. A pontuação é atribuída conforme a gravidade dos sintomas em cada função avaliada. Os itens avaliados na escala são:

  1. Nível de consciência e resposta a comandos;
  2. Melhor olhar conjugado
  3. Visual (perda visual)
  4. Paralisia facial
  5. Teste motor para braços
  6. Teste motor para pernas
  7. Ataxia de membros
  8. Sensibilidade (perda sensitiva)
  9. Melhor linguagem
  10. Disartria
  11. Extinção ou desatenção.

Cada item tem uma escala própria, geralmente de 0 a 2, 3 ou 4 pontos. A somatória final varia de 0 a 42. O exame deve ser aplicado por profissionais treinados, pois a interpretação incorreta pode impactar significativamente a conduta médica.

Leia também: A precisão da teleneurologia no diagnóstico de AVC

Pontuação e interpretação da escala NIHSS

Na prática, quanto maior a pontuação da escala NIHSS, maior é o déficit neurológico identificado. A pontuação é feita item a item, e os escores mais altos são atribuídos às piores respostas observadas pelo profissional de saúde.

Por exemplo, na Fase 1, avalia-se o nível de consciência:

  • Alerta, respondendo prontamente – 0 pontos
  • Não alerta, mas responde a estímulos verbais mínimos – 1 ponto
  • Não alerta, mas responde a estímulos dolorosos – 2 pontos
  • Comatoso ou sem resposta – 3 pontos

Já na Fase 2, que observa o melhor olhar conjugado, os escores são:

  • Olhar normal – 0 pontos
  • Paralisia parcial do olhar – 1 ponto
  • Desvio forçado ou paralisia total – 2 pontos

Cada etapa possui critérios objetivos para aferição e pontuação. Ao final do exame, todos os valores atribuídos são somados, e o total é interpretado da seguinte forma:

  • 0 pontos: sem sintomas neurológicos
  • 1 a 4 pontos: AVC leve
  • 5 a 17 pontos: AVC moderado
  • Acima de 22 pontos: AVC grave

É fundamental que a aplicação seja feita com rigor técnico e base em protocolos padronizados, para que a escala seja uma aliada real na conduta clínica.

Vantagens da telemedicina no diagnóstico do AVC

O tratamento do AVC é extremamente tempo-dependente. Estudos mostram que, a cada minuto sem circulação adequada, aproximadamente 2 milhões de neurônios são perdidos. Por isso, a agilidade no diagnóstico é fundamental.

A telemedicina vem sendo uma aliada estratégica no atendimento de urgência. Ao integrar o uso da escala NIHSS com o suporte de telerradiologistas disponíveis 24 horas, clínicas e hospitais conseguem:

  • Encaminhar exames como tomografia ou ressonância de forma imediata para laudo a distância;
  • Obter laudos emergenciais em até 2 horas, como é o caso dos serviços oferecidos pela Mais Laudo;
  • Agilizar a liberação de protocolos de trombólise ou transferência para centros especializados;
  • Reduzir o tempo porta-agulha e melhorar os desfechos clínicos.

Esse modelo tem se mostrado especialmente eficaz em hospitais de menor porte ou localizados em áreas remotas, que não contam com neurologistas de plantão.

– Leia também: Qual a diferença entre tomografia e ressonância? Descubra!

Conclusão

A escala NIHSS é um protocolo essencial para a triagem, avaliação e prognóstico de pacientes com suspeita de AVC, e contribui significativamente para a precisão e agilidade nas decisões clínicas.

Aliada à telemedicina, especialmente ao serviço de emissão de laudos a distância da Mais Laudo, a escala NIHSS ganha ainda mais valor. A possibilidade de emitir laudos de tomografia e ressonância em até 2 horas — com especialistas de plantão 24h — garante respostas rápidas e mais chances de recuperação para o paciente.

Fale com os consultores da Mais Laudo e descubra como a telerradiologia pode transformar o cuidado com o AVC na sua instituição.

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