Classificação de Schilling: o que é e qual sua importância para a Medicina do Trabalho
A Classificação de Schilling é um importante conceito a ser levado em consideração, principalmente na Medicina do Trabalho. Isso porque ela é utilizada como referência para estabelecimento de uma relação de causa e efeito entre as doenças e o trabalho.
Quer entender melhor sobre a Classificação de Schilling? No texto a seguir listamos tudo o que você precisa saber sobre o conceito, continue a leitura e descubra.
O que é a Classificação de Schilling?
Como dissemos acima a Classificação de Schilling é utilizada para identificar qualquer tipo de relação entre a doença e o ambiente de trabalho. Ou seja, quando a atividade profissional contribui de alguma forma para danos à saúde do funcionário.
A classificação foi criada em 1984 pelo professor de Saúde Ocupacional da Universidade de Londres, Richard Schilling. Ele publicou um artigo relatando que o número de casos de doenças relacionados ao ambiente de trabalho no Reino Unido era subestimado.
Portanto, para trazer mais objetividade para essa análise ele criou uma classificação para dividir as patologias em três grupos distintos. Essa classificação tem intuito de deixar mais claro o grau de influência do trabalho na doença adquirida, de modo a identificar se ela foi causada ou agravada pelo ambiente profissional.
Como funciona a Classificação Schilling
Ela é dividida em três grupos distintos, que servem para dimensionar a relação entre a patologia e o trabalho. Entenda o que é indicado em cada grupo:
Schilling I
Neste primeiro grupo estão as doenças nas quais o trabalho é uma causa necessária e direta. Ou seja, é quando o ambiente de trabalho foi a principal causa para o aparecimento da doença.
O profissional não adquiriria a doença fora do ambiente de trabalho. Um exemplo de patologia deste grupo é a intoxicação por chumbo e a silicose.
Schilling II
No segundo grupo da Classificação de Schilling estão os casos de doenças nos quais o ambiente de trabalho contribuiu para o seu aparecimento, mas não foi necessariamente a causa principal.
Ou seja, a pessoa poderia adoecer mesmo se estivesse trabalhando em condições diferentes. São exemplos de doenças do grupo II: câncer e doenças coronárias.
Schilling III
Neste grupo estão classificadas as doenças em que o ambiente de trabalho foi provocador de um distúrbio latente ou agravou de alguma forma uma doença já estabelecida.
São exemplos de doenças do grupo III: doenças mentais, úlcera gástrica, asma, bronquite crônica etc.
Importância da Classificação de Schilling
A Classificação de Schilling é utilizada pelo Ministério da Saúde no Brasil como referência para dimensionar a relação entre a doença e o trabalho. Peritos do INSS fazem uma avaliação para decidir se o funcionário terá direito a benefícios acidentários.
Se comprovado o nexo entre a doença e o ambiente de trabalho, o INSS entrará com o pedido de pagamento de indenização junto com a empresa responsável pelo dano.
Portanto, a classificação é importante no dimensionamento do dano causado. Entretanto, perante a legislação deve-se comprovar o nexo entre a patologia e as atividades ocupacionais.
Para que haja essa comprovação, o Regulamento da Previdência Social utiliza o Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário (NTEP) como ferramenta.
Sobre o NTEP:
O NTEP, a partir do cruzamento das informações de código da Classificação Internacional de Doenças – CID-10 e do código da Classificação Nacional de Atividade Econômica – CNAE aponta a existência de uma relação entre a lesão ou agravo e a atividade desenvolvida pelo trabalhador.
A indicação de NTEP está embasada em estudos científicos alinhados com os fundamentos da estatística e epidemiologia. A partir dessa referência, a medicina pericial do INSS ganha mais uma importante ferramenta-auxiliar em suas análises para conclusão sobre a natureza da incapacidade ao trabalho apresentada, se de natureza previdenciária ou acidentária.
Fonte: Secretaria de Previdência
Exigências para as empresas evitarem acidentes de trabalho
A legislação atribui às empresas a responsabilidade de zelar pela saúde de seus funcionários. Logo, para que isso seja possível as instituições devem seguir determinadas medidas para assegurar isso.
Essas medidas são descritas nas Normas Regulamentadoras (NR) do Ministério do Trabalho. Uma das exigências no documento é a obrigatoriedade da realização de exames admissionais, demissionais, periódicos, exames de retorno ao trabalho ou quando houver mudança de função.
Esses exames são necessários para verificar e comprovar a aptidão do funcionário para exercer a função na qual ele foi designado. Geralmente é realizado uma entrevista com o funcionário (anamnese), além disso podem ser solicitados testes físicos, laboratoriais e até exames de diagnóstico, dependendo da função que será desempenhada.
Como a telemedicina auxilia a Medicina do Trabalho?
A quantidade e os tipos de exames solicitados depende dos riscos presentes nas atividades de cada funcionário. Por exemplo, um funcionário que lida com esforços físicos diariamente precisará fazer exames como o eletrocardiograma.
A Medicina do Trabalho deve, portanto, apontar quais são as análises necessárias a serem feitas para liberar o funcionário para exercício da função no trabalho. Alguns dos exames mais comuns solicitados são:
- Raio-x de tórax
- Espirometria
- Eletroencefalograma
- Audiometria
- Eletrocardiograma
Muitas vezes as clínicas de medicina do trabalho não contam com uma equipe de especialistas suficientes para atender a grande demanda de exames diários. Logo, a telemedicina aparece como solução ideal.
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Supervisor de Vendas e Marketing na Mais Laudo. Engenheiro Civil, pós-graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho, atualmente cursando pós-graduação em Gestão Comercial e Vendas. Com mais de 8 anos de experiência em Telemedicina, alia conhecimento técnico a uma visão estratégica para impulsionar resultados em saúde digital e inovação. LinkedIn: @leandroreismg