O que é polissonografia e quando é indicado fazer?

por Equipe Mais Laudo / Há 2 minutos
polissonografia

A polissonografia (PSG) é o exame recomendado para diagnosticar e monitorar distúrbios do sono. É um procedimento não invasivo, indolor, tipicamente noturno, que vai registrar de forma simultânea múltiplos sinais fisiológicos com o objetivo de caracterizar a arquitetura do sono, identificar eventos respiratórios, detectar movimentos anormais e documentar alterações cardíacas e neurológicas durante o sono.

Em geral, médicos solicitam esse exame para investigar quadros de apneia do sono, insônia, narcolepsia, bruxismo e outros distúrbios que afetam a qualidade do descanso e a saúde geral do paciente.

Variáveis monitoradas 

Listamos abaixo o que um exame de polissonografia completo é capaz de registrar: 

  • Eletroencefalograma (EEG): identificação dos estágios do sono (N1, N2, N3 e REM), microdespertares e eventos paroxísticos.
  • Eletro‑oculograma (EOG): movimentos oculares, essencial para definir sono REM.
  • Eletromiografia (EMG): tônus submentoniano (para detecção de atonia REM e bruxismo) e eletrodos em membros inferiores para PLMS (movimentos periódicos das pernas).
  • Fluxo aéreo (nasal e oral) e esforço respiratório (cintas torácica e abdominal): para diferenciar apneia obstrutiva de apneia central e para detectar hipopneias.
  • Oximetria de pulso (SpO₂): dessaturações e índices de dessaturação (ODI).
  • Eletrocardiograma (ECG): ritmo e eventos arrítmicos noturnos.
  • Atividade muscular e movimentos corporais.

Esses sinais permitem quantificar índices como AHI (Índice de Apneia-Hipopneia), RDI (Índice de Distúrbio Respiratório), ODI (Índice de Dessaturação de Oxigênio), tempo total de sono e arquitetura das fases do sono.

Tipos de Polissonografia

De acordo com a necessidade do diagnóstico, a Polissonografia pode ser dividida em quatro diferentes categorias de 1 a 4. Em geral, o que muda é a quantidade de canais mensurados: 7, 7, 4-7 e 2.

Polissonografia Completa (Tipo 1)

Esse tipo de polissonografia é realizada em um laboratório do sono e é feito com monitoramento contínuo de um profissional de saúde. Nele são captados pelo menos 7 canais de sinal.

Indicado para casos mais complexos, como suspeita de apneia severa ou distúrbios neurológicos do sono.

Polissonografia tipo 2

O tipo 2 pode ser realizado na própria casa do paciente, com o uso de equipamentos portáteis que registram os principais parâmetros do sono. Não requer a observação de um técnico e também são captados pelo menos 7 canais de sinal.

Polissonografia tipo 3

Essa modalidade também pode ser realizada no domicílio do paciente, ou seja, não requer monitoramento médico. O foco do tipo 3 é a avaliação da apneia obstrutiva do sono, por isso, também é conhecida como polissonografia cardio respiratória.

Esse tipo de exame vai captar de 4 a 7 canais de sinal.

Polissonografia tipo 4

Nessa modalidade de polissonografia são utilizados dispositivos mínimos, de 1 a 2 canais, sendo um deles a oximetria.

MSLT (Multiple Sleep Latency Test)

Esse é um tipo de polissonografia diurna, indicado para avaliar distúrbios de sonolência excessiva, como narcolepsia, por exemplo.

PSG com titulação de CPAP

Esse exame é realizado com objetivo de ajustar a pressão do CPAP (pressão positiva contínua nas vias aéreas), aparelho utilizado no tratamento da apneia obstrutiva do sono.

Indicações clínicas principais

A polissonografia é indicada quando a avaliação clínica levantar suspeita de:

  • Apneia obstrutiva do sono (AOS): ronco alto, pausas respiratórias observadas, sonolência diurna excessiva, relatos de engasgos noturnos. Em pacientes com hipertensão resistente, arritmias, AVC prévio, insuficiência cardíaca ou diabetes descontrolada, optar por PSG laboratorial.
  • Sonolência diurna persistente sem explicação: investigar com PSG e complementar com MSLT quando indicado.
  • Parassonias complexas (ex.: comportamentos violentos durante o sono REM, sonambulismo com risco): vídeo‑PSG em laboratório para distinguir parassonias de epilepsia noturna.
  • Movimentos anormais no sono (bruxismo sintomático, PLMS) com repercussão clínica.
  • Avaliação de eficácia terapêutica: controle pós‑tratamento (ex.: avaliação após início de CPAP) ou titulação da pressão PAP.
  • Pacientes com doenças neuromusculares, obesidade hipoventilação ou doença pulmonar grave: PSG completa, preferencialmente com capnografia quando houver suspeita de hipoventilação.

Leia também: Laudo de polissonografia a distância: como funciona e principais benefícios

Quando o estudo domiciliar NÃO é adequado

Como mencionado acima, existem tipos de polissonografia que podem ser realizados na casa do paciente. Fizemos uma lista com situações que essa indicação não é a melhor recomendação: 

  • suspeita de distúrbio do sono não respiratório (parassonias, epilepsia noturna, insônia primária complexa);
  • comorbidades clínicas significativas (insuficiência cardíaca instável, doença pulmonar severa, neuromuscular);
  • suspeita de apneia central;
  • situações em que o paciente não consegue manusear o equipamento ou quando é necessária vigilância técnica.

Nessas situações, a PSG Tipo I em laboratório é preferível.

Preparação do paciente: orientações práticas

  • Manter rotina de sono nos dias anteriores; evitar privação intencional.
  • Evitar álcool, cafeína e sedativos no dia do exame.
  • Trazer lista de medicamentos (benzodiazepínicos, antidepressivos, estimulantes interferem na arquitetura do sono) e discutir possíveis suspensões previamente.
  • Não usar cremes, óleos ou maquiagem no rosto (melhor adesão dos eletrodos).
  • Para PSG em laboratório: levar documento, roupa confortável e itens de higiene pessoal.

Como a Mais Laudo pode integrar o fluxo clínico

A Mais Laudo realiza emissão de laudos de Polissonografia Tipo I, com monitorização noturna em ambiente especializado e análise por médico especialista.

O laudo detalhado é disponibilizado conforme fluxo operacional interno (verificar prazos e procedimentos com a equipe). A opção por PSG laboratorial é recomendada quando se deseja diagnóstico completo, titulação de CPAP ou quando há fatores de risco/complexidade.

FAQ sobre polissonografia

Quando pedir MSLT?

Após PSG noturna adequada, quando se investiga narcolepsia ou hipersônia central.

HSAT substitui sempre a PSG?

Não. É alternativa em pacientes selecionados com alta probabilidade clínica de AOS e sem comorbidades; resultado negativo/inconclusivo exige PSG laboratorial.

PSG é necessária para titulação de CPAP?

A titulação manual em laboratório é o padrão-ouro; protocolos split‑night/full‑night são utilizados conforme indicação.

Quais índices observar no laudo?

AHI/RDI, ODI, tempo total de sono, percentuais de REM/N3, microdespertares e eventos por posição.

Como posso acessar o laudo médico?

A Mais Laudo oferece a emissão do laudo online em até 10 dias úteis após a realização do exame, garantindo rapidez e precisão no diagnóstico.

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